segunda-feira, 31 de outubro de 2005

Artistas plásticos africanos

Um pintor de Anno Bon (Guiné Equatorial) radicado em Barcelona procura contactos, fotografias ou sites de artistas plásticos de STP para intercâmbio de experiências e eventual trabalho conjunto.

Ele tem um site onde apresenta um pouco da sua obra que vai expor em Barcelona.

Chama-se GHUTY MAMAE e o e-mail para contactos é: ghuty_mamae@yahoo.es. Quem tiver alguma referência que possa ajudá-lo, escreva directamente para o Ghuty. Ele agradece e a cultura africana também!!!

A saga da inspecção

O meu carro é velhinho mas tem-se portado tão bem comigo que lhe tenho uma fidelidade quase incondicional. Digo quase porque em parte se deve à impossibilidade de ser de outra forma. Mas agora o meu “bogas”, como lhe chamo com carinho e afeição, está renovado e afinadíssimo e só de pensar, que um dia acabarei por ter de me render às evidências e trocá-lo (ou comprar outro), angustia-me. Tudo isto por causa da bendita inspecção que é, para mim, um bicho de 7 cabeças e um drama existencial com o qual me confronto de ano a ano, sempre em Outubro.

Na semana passada lá comecei eu a organizar os meus dias tendo em conta que teria de levar o “bogas” ao “doutor” para que depois pudesse fazer o exame e passar nas duríssimas provas. E assim foi, na 6ª feira, bem cedo e pela manhã lá fui à oficina fazer a revisão dos 180.000 ao “bogas” e confrontei-me, uma vez mais, com aquelas pequenas complicações que para mim se revelam de grandes dimensões e consequências: pastilhas e discos de travões; correia da distribuição; não sei o quê o alternador – será também uma corrente...?!; fole da transmissão; óleo e filtros, de óleo e ar; outras nóias que tais, que para uma mulher prática se podem tornar num quebra cabeças.

Bom, o resultado de não ter “nada de especial”, conforme o mecânico, muito jovem e muito simpático, me transmitiu, fazendo-me olhar para tudo o que era peça como se eu pudesse compreender o funcionamento pelo menos de uma delas..., bem... o resultado foi 472 euros e uns cêntimos. Coisa pouca já que não tinha nada de especial e estava bom de motor... Fui ainda esclarecida que precisava de lhe mudar os “cascos”, comprando “sapatos” novos porque os que tinha já estavam muito desgastados. Claro que esta já eu esperava, não só porque há muito que não comprava novos como também por o sentir mais rebelde na estrada.

Saí da Precision e lá fui até à garagem Rio de Janeiro na infinita esperança de poder remediar o problema de uma forma qualquer, sabe-se lá qual, mas eles até podiam ter alguma ideia interessante. E gastar mais uma dinheirada em pneus não vinha nada a calhar. Depois de olharem para os pneus com um ar entendido perante quem não pesca nada, o diagnóstico foi o mais animador possível – se fosse fazer a inspecção com aqueles pneus, não havia possibilidade de passar, nem em 5%. Fiquei muito feliz... e lá me conformei a comprar 4 pneus, o que resultou em mais 190 euros.

Sexta feira foi um dia para esquecer, daqueles que felizmente só temos um de quando em vez, em que as minhas dores de cabeça aumentaram de tal forma que tinha a desagradável sensação dos olhos estarem prestes a saltar... Fui dormir e no sábado de manhã levantei-me bem cedo e fui ao centro de inspecções, pensando que num quarto de hora me despachava... pois é, mas enganei-me! Saí de lá eram 11h45 porque tinha 40 carros, contados um a um, à frente do “bogas”. Foi uma manhã magnífica!!! Bem, ele passou no exame – e não podia ser de outra forma, depois do dinheiro que gastei com ele na renovação – mas vim de lá doente, com dores de cabeça e de garganta e com uma sensação quase de alucinação provocada por produtos tóxicos.

Os centros de inspecção são terríveis focos poluentes, tóxicos e de envenenamento. Para quem é alérgico, deviam ser proibidos e os que lá trabalham deveriam ter condições especiais e regalias extra. A culpa não é dos centros mas de todos os que levam à inspecção carros que não pegam e que quando se decidem a pegar deixam uma nuvem de fumo preto, e de cheiro nauseabundo, num perímetro de 10 metros, revelando falta de respeito e de cidadania. E eu que o diga que aqui estou resumida, e sem vontade, ao pc e a um apetecível sofá da sala, sem poder sair de casa e pronta para ouvir a minha irmã mais velha a ralhar, logo que chegue aqui e olhe para mim, por eu não me ter vacinado. Oh... xê!

Gripe...?!

Pois não sei se é gripe ou qualquer familiar que me visitou nos últimos dias e que, ao que parece, veio para ficar. Esta sensação de soneira permanente intercalada com arrepios de frio, dores de cabeça, garganta e corpo é verdadeiramente desconfortável. E logo agora que me apetecia tanto escrever... mas não tem havido condições. Apetece-me estar quieta e sossegada, sem barulho e luz, bem quentinha e aconchegada. Já sei que... se a mana e os colegas lerem este post vão ralhar comigo porque bla bla bla... a culpa é minha por não ter feito a vacina e ter mais do que indicação para isso: alérgica a 999%, a tudo e mais alguma coisa. Mas como sou teimosa e resistente... aqui estou eu de molho!

domingo, 30 de outubro de 2005

Exposição de Fotos - Guiné Bissau

No Centro Comercial Colombo, em Lisboa, decorre, entre 31 de Outubro e 13 de Novembro, uma exposição de fotografias sobre a Guiné Bissau. A mostra fotográfica vai ter lugar num dos locais por excelência da valorização da sociedade de consumo e, por contraste, o que é apresentado revela dificuldades de sobrevivência, tendo por causa a precariedade da saúde, em particular os surtos de cólera que têm sido alvo de incremento. As fotografias são da responsabilidade de José Júlio Soares Pereira.

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

I Simpósio de Educação Ambiental dos Países de Língua Portuguesa

O I Simpósio de Educação Ambiental dos Países de Língua Portuguesa, sob o tema "Educação Ambiental no Mundo das Diferenças Culturais - temáticas e perspectivas" terá lugar entre 5 e 8 de Abril de 2006, em Joinville no Brasil. As inscrições para participação estão abertas até dia 15 de Novembro.
Aguardam-se as participações de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. O Brasil e Portugal estão já representados e muito bem.

DIVULGUEM, POR FAVOR!

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Sobre o ensino em Portugal

Estava eu hoje, numa das minhas aulas, a falar sobre os baldios, terrenos utilizados comunitariamente e existentes há um bom par de séculos, mas cuja importância sofreu uma grande evolução ao longo do tempo, sendo ora valorizados, ora alvo de tentativas de eliminação quando um dos meus alunos, responde à questão, que eu colocara acerca da relação entre os baldios e o aumento das áreas florestais, da seguinte forma, e cheio de certezas:

- Ah Professora, já sei. Isso aconteceu mesmo na altura do Marquês de Pombal, quando ele mandou plantar o Pinhal de Leiria.

E perante a minha perplexidade e alucinação, ele reforçava:

- Sim sim, tenho a certeza. Foi mesmo nessa altura, por causa da construção das naus para os descobrimentos. O Marquês de Pombal é da altura do D. José.

Aí, eu já não sabia mesmo o que fazer... rir, sair da sala a correr ou simplesmente explicar que o Marquês de Pombal e o Pinhal de Leiria não se aproximam nem na época nem na estratégia de desenvolvimento, que o D. Dinis também existiu e que os descobrimentos ocorreram algures entre um e outro. Pois bem, evitei a fuga e, entre a hipótese hilariante e a pedagogia, lá lhes fui dizendo que não, que ele estava enganado, esperando que a colega pudesse ajudar mas nem assim porque, meio a medo ia lançando, e enquanto eu me mantinha incrédula:

- D. João... ou D. Sancho II?

Pois... é verdade que eles são de ciências mas quando lhes perguntei que História de Portugal é que eles tinham aprendido no liceu, a resposta foi demasiado simplista: tiveram uma disciplina chamada Geografia Histórica, e o que estudaram foi mesmo que reis casaram com que rainhas, que filhos tiveram e ainda as batalhas. Pois sim... pensei e disse: Mas não tiveram História de Portugal? É que no meu tempo tínhamos. A resposta não tardou e foi, no mínimo, muito animadora:

- Ah, mas isso foi no seu tempo, é que a Professora é muito mais antiga...

Ora bolas, tenho de admitir que o dia hoje não me correu assim lá muito bem. E eu a pensar que ainda era uma jovem mocinha com menos de 40 anos e sou definida como “muito mais antiga”...?! Assim, sem mais nem menos... como se fosse um móvel? OK, tenho de ver a parte positiva da definição... para alguns dos meus alunos... sou uma obra de arte!

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

O riso

Hoje estou mesmo sensível à rádio ou então o que se tem dito é mesmo muito bonito e importante: “O riso é a distância mais curta entre duas pessoas”. Vale a pena rir, ou pelo menos sorrir, ou tentar, sobretudo quando é muito difícil...

Aproveitar a Vida

Hoje fui a Cascais e no regresso, fui mudando o posto do rádio, que só passava músicas inaudíveis, até chegar à RDPÁfrica onde a música alternava com conversa. Falava-se de aproveitar a vida: o que é e quais as melhores formas de o fazer. Claro que me detive no 101.5 FM porque, além da música africana ter a particularidade de me aquecer a alma, gostei de ouvir as entrevistas aos ouvintes. E o tema, que pode ser lido aqui, foi-me tão útil que dei comigo a pensar que, nos últimos tempos tenho feito muitas coisas, umas que me dão mais prazer do que outras, e muitas mais irei fazer nos próximos tempos. Mas aproveitar verdadeiramente a vida, todos os momentos, ou a maior parte deles... bem, disso tenho-me esquecido. E na verdade, há que aproveitá-los ao máximo porque aqueles que passam não voltam, por mais que os queiramos repescar. E o JPMartins, o animador do programa, teve a proeza de fazer com que eu parasse o carro junto ao mar, apesar do vento e do céu enfarruscado que pairava sobre a minha cabeça, saísse e sentisse toda aquela energia revigorante. Fechei os olhos, com as ondas a bater com força na falésia, ouvi o som do mar, as gaivotas na alegre vidinha esvoaçante, e senti-me a descontrair. Foi bom porque, além de andar a pé, exercitei o espírito, soltando-o das nuvens que teimavam em ensombrar os pensamentos e as recordações. E depois, conscientemente admiti para mim mesma que o local onde vivo é mesmo muito bonito e tem muitas vantagens. Agora chove lá fora, e quase não distingo o mar do céu por ambos estarem cinzentos, mas a minha alma azulou e clareou. É motivo para dizer: obrigada JPMartins!

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

ELOGIO AO AMOR

Miguel Esteves Cardoso in Expresso

“Quero fazer o elogio do amor puro.

Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”

ser uma criança...

Ao olhar o meu sobrinho, apetece-me cantar o que oiço na rádio neste momento em que passa a publicidade à Casa do Gil:

Faz-me falta ter a tua esperança

Faz-me falta estar ao pé de ti

Faz-me falta ser uma criança

Faz-me falta ser igual a ti

E... se alguém souber, por favor dê-me uma pista... afinal, porque é que temos de crescer?

Jogo de Xadrez

É uma tristeza quando se joga com a vida das pessoas, e com os seus sentimentos, como se de pequenas e insignificantes peças de xadrez se tratasse. Com uma mistura de simplicidade no entendimento de cada peça e uma atitude estratégica no jogo, em que o objectivo é apenas ganhar e tudo o que estiver no meio não conta. É permitido afastar, derrubar, ultrapassar, mover as peças ao sabor das necessidades e tendo em atenção a vitória. É uma visão simplista, mas por vezes realista, e de tão realista, revoltante!

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Mudança

Às vezes apetecia-me perguntar-lhe o que é que o fizera mudar de forma tão radical. Mas não valia a pena, já sabia a resposta: não fora ele que mudara mas a vida e eu também. Fora eu que mudara, não ele. E talvez neste ponto ele tivesse alguma razão. Eu também mudei.

Fotografias de STP

O link de fotografias do Grupo Caminhadas e Descoberta em STP está a ser actualizado com uma reportagem do António Ferreira de Sousa para a qual não há palavras, por ser simplesmente deslumbrante: fotografias de extrema qualidade, com perspectiva e de grande diversidade. As fotos são recentes, de Outubro de 2005. Uma visita e observação destes registos é um privilégio e ter a possibilidade de rever STP e “matar saudades” é a concretização de um sonho.

Desabafo de esclarecimento

Há dias um amigo dizia que não gostava de me ver triste, nem de me ler assim, com a sensação de haver sempre uma lágrima a rolar para cima do teclado, sempre que eu escrevia sobre um certo Alguém. É verdade... há dias em que as teclas em que os meus dedos tocam, a maioria das vezes de forma involuntária, quase automática, como se soubessem o que precisam de dizer, se articulam de forma triste, ou pelo menos pouco feliz.

Há dias em que as lágrimas não rolam para cima do teclado porque, com o tempo, as pálpebras aprenderam a contê-las e a não as deixar sair. Mas um dia, talvez quando tiver outro pc, deixe que elas corram e inundem o teclado de uma só vez, para que não mais seja preciso falar ou escrever sobre isto.

É que também há temas que, até os esgotarmos no coração, não conseguimos deixar de os abordar. Passe o tempo que passar... É preciso que fique tudo certinho. Não com os outros, mas sim connosco. E por natureza e característica, as feridas em mim demoram a sarar. Mas quando saram, o problema fica resolvido. Para sempre...

Reflexôes à distância de um ano, quase dois...

Hoje, à distância de um bom par de meses que se traduzem em bem mais do que um ano, quase dois, preciso de dizer algo a alguém porque não o consegui nunca dizer por palavras e desta forma. Nem pude. E também não quis. E o que lhe quero dizer é que o que senti por ele, havendo dúvidas, está bem traduzido no dicionário. E ele nunca soube apreciar. Nem pôde. E também não quis. E acabou por seguir o caminho que escolheu. E, apesar disso, e do desamor que revelou, não me arrependo do amor que lhe tive e da atenção que lhe dediquei. A única diferença do agora para o antes é que o amor foi grande, imenso, exclusivo, infinito mas a desilusão foi maior. E, como em tudo na vida, a reciprocidade marca a diferença. Não sei se algum dia ele vai ter essa noção... mas a verdade é que... se o amor não foi para ele importante, o estado actual certamente também não será.

Amor: (Latim amore) s.m. viva afeição que nos impele para o objecto dos nossos desejos; inclinação da alma e do coração; objecto da nossa afeição; paixão; afecto; inclinação exclusiva

Amar: (Latim amare) v.tr. ter amor a; gostar muito de; desejar; escolher; apreciar; preferir

Desamor: s.m. falta de amor; inimizade; desprezo; aborrecimento

Fonte: Dicionário Universal da Língua Portuguesa, Texto Editora

Revelações

Os dias de revelações de factos, de histórias ou de invenções são estranhos, por sermos nós a fazê-las ou simplesmente por sermos o alvo delas. A sensação é invariavelmente de constrangimento por sabermos que estamos a confrontar alguém com situações que não seria suposto serem-se conhecidas e exteriorizadas. Ou porque, por se tratar das nossas vidas, o coração fica como se estivesse partido em duas partes, uma seguindo com atenção e a outra recusando acreditar, ao ouvirmos um conjunto de palavras ser proferido, articuladas em frases e procurando fazer sentido. É angustiante, desconfortável e desconsolante. Mas, às vezes, tem de ser. Nem que seja para continuarmos a viver, sempre em frente e de cabeça erguida porque uma coisa que nunca nos podem tirar é a DIGNIDADE!

Hotel Riu Funaná em Cabo Verde

A cadeia espanhola RIU Hotels abriu em Cabo Verde, na ilha do Sal, o ClubHotel Riu Funaná, atraindo o turismo europeu  e em especialmente o português. É um Hotel de cinco estrelas com 500 quartos, que oferece serviços “all inclusive” eliminando o pagamento de extras, conjugando o grande conforto com gastronomia variada, uma equipa de animação e actividades desportivas.

A construção do resort em frente à praia virgem teve em atenção restritas medidas de respeito ambiental, e resultou num investimento de 55 milhões de euros, com a criação de 400 novos postos de trabalho. Por outro lado, espera-se que a chegada do RIU Hotels a Cabo Verde venha a criar um importante estímulo para a indústria turística local e um impulso para o posicionamento do arquipélago como um novo destino turístico de excelência na Europa nos próximos anos.

RIU Hotels & Resorts é o 26º maior grupo hoteleiro do mundo e uma das principais marcas mundiais especializada em turismo de férias, sol e praia, para qual se dedica de forma exclusiva desde a sua fundação em Maiorca, no ano de 1953.

O destino Cabo Verde oferece exotismo e praias ao estilo das Caraíbas, uma dança própria e muito sensual – o funaná - e a uma distância de 4 horas de voo desde Lisboa e, em direcção ao sul, evitando assim no regresso, o incómodo efeito do "jet-lag".

A RIU em Cabo Verde

O director de Vendas do ClubHotel Riu Funaná é, Fernando Paetow, telefone de contacto: 00238 242 9064 ou 00238 242 9065, e com o número de fax: 00238 242 9066, e-mail fpaetow@riu.com

 

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Imagens

A imagem que eu tenho em frente dos olhos é deslumbrante pela cor e pela nitidez. Daqui vejo o mar e o céu, com a linha do horizonte tão bem desenhada que as tonalidades aparecem com uma grande definição. O mar está calmo, azul intenso e escuro. O céu este multicolor: violeta junto à linha do horizonte, rosado no seguimento, amarelado na junção com o azul claro, tranquilo e reconfortante. É uma visão que transmite força, sentimentos positivos de determinação. É bom viver junto ao mar!

Satisfação

As aulas de ontem, incluindo aquela que foi sobre o conhecimento científico, correram mesmo bem e é sempre bom quando assim é: a mensagem passa com facilidade; os alunos estão receptivos e participam dão exemplos e colocam dúvidas; o tempo passa tão rapidamente que as aulas terminam sempre após a hora. Este ano tive uma enorme sorte porque sinto uma alteração positiva na atitude dos “meus meninos”, na vontade de aprenderem e principalmente quando são de áreas científicas diferentes daquela que eu lecciono. Trabalhar no ensino pode mesmo ser um infinito prazer e para mim, se sempre foi, este ano está a ser surpreendente pela positiva e a ultrapassar as expectativas. Só tenho um desejo: que assim se mantenham!

domingo, 16 de outubro de 2005

Sobre uma das aulas de amanhã

Já estou mesmo a ver qual vai ser um dos diálogos numa das aulas de amanhã:

- O que é a Ciência?

- É uma representação intelectualmente construída.

- E o que é isso ao certo?

- É o conhecimento.

- E o que significa conhecer?

- Significa que compreender os processos que ocorrem e que se relacionam com um qualquer facto social, saber descrevê-lo, caracterizá-lo, explicá-lo. É como se estivéssemos dentro dele e soubéssemos a sua origem, a história, as mudanças, uma a uma, e conseguíssemos ter uma ideia da sua evolução, identificando os riscos e as possibilidades.

- Isso dá muito trabalho...

- Sim, dá algum mas tudo o que nos faz sentir verdadeiramente felizes dá trabalho, exige de nós luta, dedicação, esforço, persistência. O conhecimento implica tudo isso mas quando se atinge é muito compensador. E há sempre a possibilidade de escolher, entre ter conhecimento ou ficar no desconhecimento, ou seja a situação que traduz a ausência de saber, de conhecimento, de capacidade descritiva e explicativa. Esta escolha é pessoal.

- E não nos faz mais felizes do que se ficarmos ignorantes, pois não?

- Isso depende de cada um de nós. A grande diferença está na capacidade de gerir o conhecimento...

As flores da Celeste

Celeste tem um jardim que tem vindo a cuidar desde que se lembra de existir, plantando as flores de que mais gosta e algumas árvores, limpando as ervas daninhas que só perturbam o crescimento das outras, as folhas velhas e varrendo os lixos que vão ficando no solo. Ali vivem pássaros, numa coexistência pacífica com as plantas, que esvoaçam e cantam alegrando as suas manhãs e o final do dia.

Celeste aprendeu a gostar do seu jardim e a cuidá-lo com o pai, a quem chamava carinhosamente de Girassol, por ser o símbolo da dignidade e do respeito, flor grande, colorida, alegre e luminosa que era para ela uma referência, pelo que abundava no jardim, inspirando-lhe os melhores dos sentimentos e estados de alma.

Cada planta tinha, para ela, um significado e tratava-as como amigas para a vida, confiando-lhes os seus maiores segredos, desejos e anseios mas também as suspeitas, as angústias e os receios. Era na sua companhia que ria com gosto, reflectia e chorava, nos momentos em que a desilusão superava o sonho e se sentia perdida, sem rumo e sem amparo, procurando abrigar-se debaixo de uma Acácia, desde que branca ou rosada, para dela receber a constância, ou quando em sonhos o seu “príncipe” surgia, procurava inspiração junto da acácia amarela, não revelando pormenores do seu amor secreto.

Houve tempos em que a sua dedicação ao Narciso ultrapassou os limites, flor vaidosa e egoísta que se amava a si própria não se preocupando sequer em reconhecer o amor que ela lhe tinha porque nem dele dava conta, tal era a sua altivez e importância. Magoada e triste, Celeste retirou o Narciso do jardim e colocou um conjunto de outras flores para que não sentisse falta do aspecto superior do ingrato Narciso: os Amores Perfeitos, pelas recordações; a Begónia, pela cordialidade; a Margarida, pela inocência; a Violeta, pela lealdade; a Orquídea, pela perfeição; o Miosótis, pelo amor sincero. Noutro canto do jardim, plantou Camélias de cores diferentes: vermelha, pelo reconhecimento; branca, pela beleza perfeita; rosada, pela grandeza de alma; e Dálias, pela delicadeza. Não podia deixar de plantar rosas, com muitos espinhos e que lhe davam muito trabalho a tratar, ameaçando a todo o momento picá-la se a atenção não fosse a devida: a branca, para o silêncio; a rosa, pela amizade; a vermelha apaixonada; e amarela para os momentos de suspeita, quando a traição imperava.

À volta do jardim, Celeste colocou bambu, por representar a força e a protecção que ela tanto precisava para que o seu jardim fosse o mais bonito da rua e as suas plantas as mais felizes. Porque se elas estivessem felizes, Celeste também estaria...

sábado, 15 de outubro de 2005

Sabedoria...

Atlas Universal Expresso - África


Já saiu o número do Atlas Universal do Expresso dedicado a África. Trata-se de um documento com 120 páginas a cores, com cartografia interessante relacionada com temas específicos e uma breve caracterização país a país. Vale a pena. ISBN é: 972-9183-80-5

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Dormir é... BOM!

Ao contrário do que muitos dizem, que a dormir não se vive e não se aprende, eu acho que dormir é uma das actividades mais magníficas e deslumbrantes a que somos dados. A dormir vive-se e aprende-se e, melhor ainda, ao acordarmos de um sono prolongado e reconfortante, estamos muito mais habilitados para ter um bom dia e fazer face às eventuais dificuldades com que venhamos a deparar.

Dormir faz bem ao espírito e ao físico. Comecemos por este último: fisicamente falando, dormir é uma actividade que sabe bem e dá prazer. É absolutamente incomparável a sensação do corpo relaxar e descontrair quando, pouco a pouco, os músculos distendem, a temperatura aumenta atingido um nível de conforto ideal e psicologicamente perdemos a consciência dos ruídos, do frio exterior, da luminosidade ou de qualquer outro estímulo. É a ideia do “morninho” entre lençóis, com tudo aquilo a que temos direito, com o simples objectivo do descanso que é absolutamente sedutora e aliciante. E para isso recorremos a artefactos vários: um cobertor, ou dois, ou três, ou um edredon, ou a feliz conjugação dos dois, principalmente nos dias em que o frio ultrapassa o limite do razoável e da compreensão, e ainda o infalível saco de água quente.

Depois, a possibilidade de soltarmos o pensamento e a racionalidade, deixando-nos ir pelos caminhos misteriosos do sonho, onde o subconsciente e o inconsciente dão corda às revelações, permitindo-nos viver outras vidas, com a imagem de nós mesmo a observar as cenas como se fossemos um aparelho de registo de acções, pensamentos e sentimentos alheios, ou a nossa própria vida em situações estranhas, misturando personagens e contextos. E, sem percebermos como ou porquê, durante o sono, tudo pode acontecer, correndo bem, mal ou ficar simplesmente indefinido, tal como na vida, aproximando a ficção à realidade.

E, por fim, quando nos está a saber tão bem, acordamos, com o desagradável som do apito de um barco a sair pelas colunas do despertador, com música mais ou menos agradável em função do dias e dos postos, com os primeiros raios de sol, ou os segundos, ou os terceiros, ou com a voz de alguém que ficou com a incumbência de nos trazer ao estado consciente uma vez mais. E os músculos readquirem força à medida que nos vamos espreguiçando, uma ou várias vezes, com um prazer infinito. E estamos prontos para mais um dia...

Frases para reflectir

Frases para Reflectir é um novo blog. Vale a pena passar por lá porque, apesar de estar ainda no início, as frases introdutórias indiciam que o que virá a seguir terá muito interesse. De ser lido e digerido através de uma reflexão profunda com interiorização. Aqui fica uma:

"Quando estiveres demasiado atarefado, não esgotes a tua energia preocupando-te com tudo o que ainda falta fazer. Estabelece prioridades e reconhece o teu valor frente a tudo o que vais realizando." Cherry Hartman

 

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Loira mas... de peruca!


A propósito do meu “desejo de ser loira por um dia”, porque por mais tempo não conseguiria, a criatividade do João, no novo Água Lisa foi admirável ao apresentar uma proposta irrecusável: a da peruca, com fotografia e tudo! Quando o desejo regressar, vou tirar uma fotografia para depois comparar a realidade com a possibilidade :-) Aqui fica, para já, a realidade... Porque a comparação pode ser feita através da magnífica proposta do João. É que depois de ver... acho que não conseguia ser "loiraaaa" nem por uma hora. O Eugénio também tinha razão!

Entrevista RDPÁfrica: Fórum da OIT sobre Turismo

No próximo domingo, 16 de Outubro, pelas 8h30 (hora de Portugal) será, por mim, apresentado o Fórum da OIT que está a decorrer até ao final do mês de Outubro sobre turismo em www.inclusão-palop.org, através de uma entrevista que foi hoje gravada. O Programa é MANHÃ INFORMATIVA, animado pelo jornalista LUÍS LUCENA (entre as 7h e as 10h da manhã). O resultado da entrevista é muito positivo atendendo que o objectivo é a divulgação e o convite alargado à participação de todos os interessados. Seguem as frequências da RDPAfrica para quem estiver interessado em ouvir.

RDPAfrica FM

 

País

Local

MHz

Portugal

Lisboa

101.5

Cabo verde

Ilha do Sal
Ilha de Santiago
Ilha de S. Vicente
Ilha da Boavista
Ilha de S.Antão
Ilha de S.Antão

97.5
105.2
93.9
95.1
105.2 95.7

Guiné-Bissau

Nhacra
Gabú
Catió

88.4
100.0
96.9

Moçambique

Maputo
Beira
Quelimane
Nampula

89.2
94.8
89.0

91.9

S. Tomé e Príncipe

Ilha de S.Tomé
Ilha do Princípe

92.8 101.9

 

 

Palavras reconfortantes

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Tenho um desejo: ser loira por um dia

Dava tudo para ser uma loira como as das anedotas. Não por muito tempo, é certo, porque com certeza que me fartaria, mas por um dia... seria bom. Muito mesmo! Não percebem? Passo a explicar porque é mesmo muito simples. Estava eu hoje no ginásio, onde fui a uma aula de danças latinas, que invariavelmente resulta numa grande animação e excitação dos participantes, com perda de calorias à mistura, fui até ao balneário para tomar o duche necessário e pus-me a observar. Já sei que isso não se faz mas sinceramente não foi por mal, talvez por deformação profissional, dou comigo, muitas e muitas vezes, a ouvir conversas alheias e os olhos saltam de imediato para os interlocutores, ficando presos no seguimento da conversa e nos gestos em frente ao espelho, que traduzem muito. É uma ocupação fenomenal e normalmente aprendemos mais do que poderíamos pensar. Eu aprendi que ser-se “loiraaaaaaaaaaaa” não deve ser assim tão mau porque os questionamentos a que estas pessoas são dadas não as torna tão infelizes quanto eu às vezes me sinto. Então sinteticamente, as conclusões a que cheguei foram:

  1. as “loiraaaaaaaaaas” são fisicamente magras, qb, bem torneadas e dotadas pelo Criador dos requisitos mais apreciados pelo sexo masculino, muito preocupadas com a sua imagem para agradar, o que significa: não engordar; não ter celulite; manterem-se jovens, e com cara de bonecas, sem rugas, sem papadas e sem olheiras; ter os cabelos compridos e bem cortados, com nuances ou mesmo pintados, soltos e com um aspecto apetecível para serem tocados, sendo balanceados com meneios de cabeça em frente ao espelho, ensaiando sorrisos e perspectivas, ou quando andam com uma sensualidade estudada,
  2. as “loiraaaaaaaas” conversam umas com as outras com a simpatia possível de quem é grande amigo quando se encontra, com cumprimentos exuberantes e elogios infinitos, mas que, na realidade, se odeia de morte porque a outra é mais gira, tem mais homens atrás, casou com um homem pôôôôdre de rico e suuuuuupé giro, que a adora, e tem filhos liiiiiindos de morrer, vive numa casa faaaaantástica, vai passar férias aos sítios da moda, nunca precisou de fazer nenhum na vida e ainda passa os dias a lamentar-se de qualquer coisa,
  3. os temas de conversas das “loiraaaaaaas” passam invariavelmente pelo carro, pelas compras e recentes lojas descobertas, restaurantes magníficos com empregados giríssimos que as galanteiam e que fazem imensos ciúmes aos seus incansáveis acompanhantes, que são uns amôôôres”, só porque estavam com um decotezinho de nada; o sucesso que foi a festa amarela, do champanhe ou dos malmequeres, e quem saiu com quem... descrições giríssimas de infidelidades e bebedeiras que uma delas não assistiu porque estava a dançar na pista ou fora até à praia ali mesmo em baixo do varandim namorar um bocadinho; o cabeleireiro ou as unhas; o veterinário dos cães, que por sinal é suuuuuupé competente, tãããão atento, e ainda por cima giríssimo... claro!

As “loiraaaaaas” são mulheres que procuram a felicidade, não se chateiam verdadeiramente com questões de grande profundidade porque essas fazem rugas, olheiras, papadas, não cativam os homens, não dispõem bem para as compras, dão à tez uma tonalidade pálida e ao olhar uma expressão de infelicidade. Essas questões mais importantes, e que são uma canseira, são naturalmente remetidas para os homens, que não precisam de ser bonitos, mas simpáticos, conversadores, galanteadores e ter vontade e disponibilidade qb para as manterem. E se forem giríssimos, tanto melhor, mas serem "uns queridos" já é o bastante.

Sabem o que mais? Quero ser loira, nem que seja, por um dia!!!!

Viver...

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Uma referência

Andava eu aqui num desassossego, depois de ter imprimido as referências para o Congresso sobre a protecção de Tartarugas Marinhas que se vai realizar em Creta em Abril de 2006, para levar comigo até Coimbra, just in case dos alunos da manhã faltarem... estar ocupada a preparar o resumo e, para descontrair, lá fui eu blogar e viajar através de reflexões alheias. E fui ter ao BLOGDAMARTA. Levezinho e sonhador, pessoal, emotivo e emocional, saboroso e com uma vertente cultural. Vale a pena passar por lá.

domingo, 9 de outubro de 2005

Palavras para quê... é o povo português!

Estou estarrecida, alucinada, siderada! Não posso acreditar nas notícias que acabei de ouvir... só pode ser engano dos meus ouvidos por excessiva concentração num texto que estou a escrever para ser publicado numa revista. Como só estou a pensar em turismo, roças e São Tomé e Príncipe, só posso ter ouvido mal.

Ganharam: a Fátima Felgueiras; o Isaltino; o Valentim Loureiro...?! E com margens que não deixam margem para dúvidas. Digam-me por favor que eu estou enganada! Que o povo português não é completamente desprovido de discernimento, que não gosta de ser enganado, que merecemos mais, muito mais do que ser passados por parvos. Não! Recuso-me a acreditar! Digam-me que os portugueses não são totós, que são pessoas inteligentes e que sabem separar as águas. Digam-me que eu estou completamente errada e que as eleições são momentos de democracia importantes, que resultam do exercício mais puro de cidadania.

Por favor, alguém que me contradiga porque não posso acreditar na pouca vergonha do país onde nasci. Palavras para quê...?! Portugal não faz as escolhas possíveis, faz mesmo as escolhas que merece. É isto, meus caros, o povo português... ok... olhem, vou ali e já venho. E depois, não se esqueçam, venham-me cá falar em nacionalismo e patriotismo...

Diferenças

Há algumas alturas nesta vida em que me sinto diferente da maioria. Isso não é bom nem é mau. É apenas uma constatação.

Uma dessas ocasiões é sempre que há jogos de futebol. Sim, gosto de ver um bom jogo, daqueles emocionantes, preferencialmente em que Portugal jogue e melhor do que ontem, mas estou longe de ser ferranha. Também tenho as minhas simpatias pelo Sporting, que na maioria servem para “picar” o meu sobrinho, porque estou longe de ser adepta.

Outra dessas ocasiões são as momentos eleitorais. As eleições são uma chatice, tal como as discussões entre os candidatos, as tricas de uns e os podres de outros, as disputas familiares sempre que há diferenças de opinião e, pior que tudo isto, a falta de divulgação séria e consciente de quem são os candidatos. A verdade é que, pode parecer estranho e vergonhoso, até ao dia de hoje não me chegou qualquer informação com ou sem visualização das caras, dos candidatos, por exemplo à Junta de Freguesia da área da minha residência. Mas afinal, nas autárquicas, não seria suposto escolhermos pessoas em vez de partidos?

A política é uma chatice. Não gosto e estou cansada. A propósito... só vou votar agora... o que revela bem o interesse que tudo isto me desperta...

Must love dogs

“O coração aumenta a capacidade de amar depois de se ter sido rejeitado”, frase que ouvi repetidamente, ao ver o filme “Must love dogs”, com um sorriso estampado na cara e que, reconheço, dava-me uma expressão um pouco apatetada. Pois é, um daqueles filmes que, não sendo excelentes, fazem sorrir, deliciam os mais cépticos no que ao amor diz respeito, enternecem no final depois de nos terem enraivecido em algumas situações e na presença de algumas personagens. Os abandonados/rejeitados e que se cruzam graças às inovações tecnológicas são a Diane Lane e o John Cusack, havendo outros encontros, desencontros e reencontros durante o filme. A história é divertida pelo irrealismo, fazendo-nos perceber que nem tudo é o que parece e que muitas e muitas vezes a felicidade pode ser bem mais simples de encontrar do que se pensa à partida. A frase pode até ser demasiado generalista mas soou-me bem. É que... não elimina a esperança... e isso é que é o importante!

sábado, 8 de outubro de 2005

Parabéns Angola!

Os “Palancas Negras” estão de parabéns e assim estão os povos lusófonos. O Mundial de Futebol vai ser marcado pela lusofonia e esperemos que Portugal se porte como deve ser esta noite, correspondendo às expectativas criadas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Intuição...? Não Obrigada!

Sempre ouvi dizer que a intuição é uma vantagem e que são sortudos todos os que nasceram com esta característica. E mais, quando me falam em pessoas intuitivas, referem-no com uma pontinha de inveja e alguma mágoa por terem nascido sem esse suposto dom magnífico, que as ajudaria a compreender antecipadamente algumas situações e a precaverem-se contra os malefícios de certos olhares e acções.

Para ser franca, nunca entendi muito bem a ansiedade pela aquisição de uma gotinha de intuição. Na verdade, a intuição não dá felicidade a ninguém, muito antes pelo contrário. Antecipa o sofrimento e a tristeza em 90% dos casos porque normalmente só se pressente o que não é bom. E isso não é uma vantagem. É sim uma garantia de desassossego, de desconforto, de desconfiança, e de outros des que só contribuem para uma vida menos facilitada. Pois eu vos garanto, se pudesse escolher e me perguntassem, responderia sem pestanejar: Intuição...?! NÃO, OBRIGADA!

Coisas boas desta vida

Esta vida tem coisas boas, maravilhosas, magníficas, deslumbrantes, tranquilizadoras, apaziguadoras. Uma aula de Yoga faz maravilhas, pela descontracção. Uma sessão de hidroginástica revitaliza o espírito e dá leveza ao corpo, pelo contacto com a água e pelo tom de brincadeira que está presente do princípio ao fim. Uma caminhada à beira mar transforma o desalento em alegria enérgica. Uma aula de bodybalance faz tudo isso ao mesmo tempo. Diverte, dinamiza e revigora, descontrai e tranquiliza, fazendo-nos crer que entre nós e as forças menos positivas não houve qualquer encontro. Vale por si só!

Desilusão

Foi uma desilusão. Por nada em particular. Por tudo, na generalidade, o que talvez seja pior porque mais determinante, mais definitivo, menos solúvel.

Bah!

Por mais que queiramos, há coisas que não se esquecem. Jamais... Por mais que nos esforcemos por apagar dos cantos mais escondidos da memória momentos de tristeza, desilusão e sofrimento, ou por dourá-los com pós brilhantes de perlim-pim-pim, a dada altura, percebemos de forma clara e nítida que não conseguimos e sentimo-nos impotentes por sermos tão limitados. Isto acontece quando dormimos e sonhamos, em busca de imagens agradáveis pintadas com tonalidades pastel, ternas e suaves, mas afinal as que nos chegam são bem diferentes, envoltas por escuridão e nebulosidade, gerando desassossego.

E tanto, tanto, tanto eu queria eliminá-las... mas quando penso e revejo vidas passadas, umas há muito, outras há relativamente pouco, fico com a noção clara que fazem parte de mim, da minha história, do que fui construindo e do que foram tentando destruir, e as lembranças permanecem vivas. Demais... infelizmente, às vezes!

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Dicas para a Participação no Fórum sobre o Turismo - Projecto STEP

Os fóruns de discussão e assistência técnica do site PALOP já se encontram disponíveis: dois temas nos quais poderão participar para divulgar experiências, dar opiniões e sugestões ou colocar perguntas específicas.

1. Para aceder aos fóruns deverá em primeiro lugar aceder à página principal do site web Inclusão Social nos PALOP

No menu (barra lateral) deverá clicar em "Fórum INCLUSÃO" para aceder à página de acolhimento dos fóruns. Nesta página vai encontrar um breve enquadramento e objectivos dos fóruns assim como os temas em discussão, os promotores, moderadores e "convidados especiais" destes fóruns.

2. Se desejar saber mais sobre o tema em debate poderá clicar em cima do tema pretendido e aceder a um página que contém um texto sobre o tema, documentos de apoio e guia de leitura, e os "convidados especiais" que vão participar no fórum.

Tema 1

Desenvolvimento económico e social do território através do turismo nos países lusófonos, como ferramenta de combate à exclusão social 

Tema 2

Como garantir conjuntamente o acesso aos serviços financeiros e o acesso aos serviços sociais, em particular na saúde, como estratégia de inclusão social a nível local

 

Para aceder aos fóruns é necessária uma inscrição prévia, gratuita e que requer o preenchimento de um pequeno formulário de registo com definição da palavra-passe de acesso. Para se increver deverá clicar em "Increva-se e participe nos fóruns"

Nesta página, e para se registar pela primeira vez, deverá clicar em "create new user" para efectuar o registo. Na página seguinte, deverá preencher os dados que lhe são solicitados.  Após o preenchimento do formulário clique em "Create".

Neste momento, os dados são enviados para o administrador do site que deverá efectuar a validação. No momento em que se encontrem validados irá receber no seu endereço electrónico, fornecido no momento do registo, uma informação com o seu nome de utilizador e palavra-passe. A partir deste momento, encontra-se em condições de participar nos fóruns. Para tal, deverá aceder novamente à página de registo e log in, mas desta vez irá introduzir nos campos "User" o nome de utilizador e em "Password" a sua palavra-passe.

Qualquer dúvida ou dificuldade na utilização dos fóruns não hesite em contactar através do endereço electrónico inclusao-palop@ilo.org ou por telefone: 0041 22 799 78 12.

Inclusão Social nos PALOP

Site web dedicado à luta contra a exclusão social e a pobreza

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Projecto STEP/Portugal

Bureau Internacional do Trabalho

Sector da Protecção Social

4, route des Morillons

CH - 1211 Geneva 22 Switzerland

Tel: +41 22 799 7812

Fax: +41 22 799 66 44

inclusao-palop@ilo.org  

 

Guiné Bissau: AD tem novo site

A ONG guineense AD “Acção para o Desenvolvimento” tem novo site. Esta excelente informação foi divulgada pelo Jorge Neto no Africanidades, como não podia deixar de ser.

“É um site que tem o seu ponto forte no aumento dos documentos "estáticos", aqueles que não mudam com o tempo e constituem uma Base de Dados sobre as actividades da AD (relatórios, estatutos, publicações, fotos) e conteúdos dinâmicos como informações, notícias, agenda e destaques.
Em breve iremos colocar no site uma rubrica de Arte, Cultura e Artesanato da Guiné-Bissau e os seus Parques Naturais.
Realçamos o facto de, a partir de agora passarem a ter acesso à informação de todas as publicações científicas e técnicas da AD, a maior parte delas com o conteúdo disponível, uma secção de multimédia com video (video-clip de jovens músicos de Quelele) e audio (programa de rádio escolar) e poderem conhecer melhor a maior parte dos quadros que fazem a AD todos os dias.”

É motivo para dizer que as ONGs guineenses estão de parabéns, e neste caso em particular o Carlos Schwarz: pelo trabalho contínuo a favor do desenvolvimento, nomeadamente com as comunidades locais, pela determinação, dedicação e força de vontade num contexto nem sempre fácil e lutando com persistência contra as dificuldades.

O site tem uma excelente imagem, fácil acessibilidade e muito funcional. Bom trabalho e que nos vão continuando a facultar informações, entre as quais documentais, preciosas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Fórum: BOAS NOTÍCIAS

O Fórum da OIT (BIT) “Desenvolvimento Económico e Social do Território através do Turismo nos Países Lusófonos, como ferramenta de combate à Exclusão Social” está activo após a resolução dos problemas informáticos, que provocaram um pequeno atraso no início do debate.

Acabei de efectuar o login de forma bem sucedida e existem já mensagens que podem ser comentadas e debatidas. Temos 3 semanas de trabalho pela frente para repensar a forma como o desenvolvimento do turismo pode promover inclusão social, reduzindo as situações de pobreza nas populações africanas mais vulneráveis, bem como a exclusão social de alguns grupos.

A participação de todos os interessados por África e que, de uma forma ou de outra, se encantam com o turismo é fundamental para que possamos reflectir, partilhar experiências, conhecer as iniciativas bem sucedidas e repensar os procedimentos mais adequados para fazer face às principais dificuldades sentidas. Contamos com os conhecimentos técnicos de alguns especialistas que nos ajudarão no esclarecimento de dúvidas, levantando novas pistas de reflexão e de operacionalização de medidas.

Convido-vos a efectuarem o registo no site http://www.ilo.org/inclusao-palop/pages/online/english/Login.jsp e conto com a participação activa de todos.

Novo dia

Eu sabia, não há nada como esperar que a noite passe e o novo dia chegue. E este chegou, alegre e bem disposto, solarengo e a convidar ao passeio, à caminhada e à descoberta. À beira mar ou pelo pinhal. Aproveitar o sol e receber energias positivas que, segundo os entendidos dizem, chegaram na manhã do eclipse e vieram para ficar. Pois serão épocas de bons auspícios. Nada melhor do que um novo dia, cheio de esperança e de alegria...!

Ai ai ai... Orfeu da minha alma

Ai ai ai... que a vida não é uma coisa fácil. Há quem diga que quem a faz mais difícil somos mesmo nós, mas eu sou céptica às vezes, não sempre. Mas há dias em que o cepticismo me invade e penso que algumas forças estão reunidas para nos dificultar a vida, pelo menos de quando em vez, por mais que a queiramos e desejemos fácil. Pois é, isto está hoje complicado... divaguei, viajei por outros blogs mas na véspera de um feriado pouco se pode exigir. Anda tudo no passeio e na galdeirice e a produção diminui. É a mais pura das verdades...

Mas passava eu pelo Digitalis e o que vejo... pois é o Mito de Orfeu continua e persiste, a velha questão do filho de Calíope (e de Apolo?), o músico dotado que, quando tocava lira, os pássaros paravam de voar para o escutar, casado com a bela Eurídice com quem viveu uma história trágica, como quase todas as de amor verdadeiro, culminando com a morte da amada e mais tarde com a sua própria morte.

“São demais os perigos dessa vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida

E se ao luar, que atua desvairado
Vem unir-se uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher

Uma mulher que é feita de música
Luar e sentimento, e que a vida
Não quer, de tão perfeita

Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento,
Tão cheia de pudor que vive nua”

Vinicius de Moraes, Soneto de Orfeu

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Posted by Brigida Rocha Brito to ÁFRICA DE TODOS OS SONHOS at 10/05/2005 12:01:13 AM


terça-feira, 4 de outubro de 2005

Confusão

Ai que confusão que por aqui vai nesta cabeça. É o que faz ser fraca das ideias e divagar a toda a hora por tudo e por nada. E prontos, pá, quando uma pessoa tem estímulo para a parvalheira e a parvoíce, lá se juntam as duas e o resultado só pode ser um jantar de risota pegada em animação e disparate. Mas que coisa... porque hei-de eu ser assim? É que as lembranças chegam e não partem e... pois é, e é tão engraçado falarmos e desconversarmos, e sorrirmos, e rirmos, e descontrairmos, e espreguiçarmos soltando cada músculo, e sentirmos o pensamento fluir com o ar, com a vontade e a possibilidade, e sentirmo-nos invadidos por uma paz só possível no paraíso, se é que ele existe. Mas sim, existe porque senão existisse nada faria mais sentido. Nem o sofrimento, nem a ausência, nem a angústia, nem a impossibilidade, nem a tua falta... E que falta me fazes, nem tu sabes, e não vais saber porque nunca te vou dizer, porque não posso, e não quero, e não devo, e não mereces, e não queres sequer saber porque além de não quereres, não podes e não deves sequer perguntar. E assim é, um novo dia que amanhã começa, ou será já hoje, daqui a nada, quando olhar para o relógio e perceber que o tempo fluiu tão depressa quanto o meu pensamento e as lembranças que quero guardar de ti, as boas e só essas, porque as más não as quero nem recordar. E é bom lembrar quando não se pode mais vivê-las, sabias? Ai, vou dormir, talvez não já mas daqui a pouco. Agora vou ainda pesquisar porque nada me dá mais prazer do que investigar, saber, questionar e concluir. E é isso que vou fazer agora mesmo. Não sobre ti mas sobre outras espécies, tão dóceis, afáveis, ternurentas e carentes de afecto quanto tu, mas daquelas que não se envergonham e não se problematizam por se olhar para elas...

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...