sábado, 31 de maio de 2008

Sobre o crescimento...

A sensação é de estranheza quando nos apercebemos assim meio de repente que mais um ano passou. Não que não tenhamos estado ocupados com o trabalho, com o estudo, com o pensamento e sobretudo com a vida. Tudo o que fazemos implica um gasto de tempo só que na maioria dos casos sem nos darmos conta. Mas tomar consciência que o tempo passa a correr é realmente difícil. Mais ainda quando realizamos que essa ideia deixou de estar apenas presente nas conversas que circulam por entre a geração dos nossos pais. Cada vez com maior frequência oiço os meus amigos desculparem-se com o tempo, lamentarem-se de dores nas costas, entre outras coisas. E até eu que ainda me sinto uma jovem mocinha sem grande vontade de crescer acabo por dizer mais vezes do que gostaria “ah, isso já foi há 20 anos, não... há 25 anos”. Mas que sensação mais esquisita...

 

Uma boa surpresa

Hoje recebi uma boa surpresa a antecipar um fim-de-semana de festa. Foi uma acção engraçada e que soube bem. Ao chegar à sala para uma aula sobre movimentos de população, e depois de termos já falado sobre a importância dos símbolos no reforço das identidades, deparo com uma mesa bem "decorada": duas caixas de Pastéis de Belém e uma réplica da Torre.
Quando falávamos do tema exemplifiquei a importância do sistema simbólico com uma conversa que tive em Santiago de Compostela num daqueles jantares animados que por lá se têm. Perguntaram-me então qual o símbolo em que eu falaria a um estrangeiro e que retratasse a identidade nacional. O primeiro que me ocorreu foi a Torre de Belém. O grupo com quem petiscava não acreditava no que ouvia. Para eles era um só: o Galo de Barcelos. Inacreditável para os meus ouvidos mas foi a mais pura das verdades! Aquela figura irritante que me deixa simplesmente siderada só de o ver.
A conversa virou uma disputa divertida de argumentos, principalmente porque um deles era coleccionador dos ditos Galos. Fiquei louca só de imaginar as prateleiras do imenso móvel da minha sala repletas de Galos de Barcelos de todos os tamanhos. Foi a loucura... hilariante!!! Como era possível um deles coleccionar aquele enervante e enlouquecedor de crista alta enquanto eu trago artesanato em forma de tartaruga de todos os lados por onde passo. Bem os tentei convencer que a Torre de Belém é um elemento identitário bem mais digno, que encerra uma história edificante e faz parte do imaginário orgulhoso de cada um que se sente português. Aquele magnífico edifício de arquitectura tem um significado e é uma referência identitária!!!
Na altura não fui bem sucedida nas justificações: de forma impensável para mim, os galegos ficaram com a ideia deles; da minha parte dormi mal porque aquela imagem não me saía da cabeça. Parecia praga! Bom... aqui para nós... não cheguei bem a perceber se foi só para avaliarem a minha reacção... porque... o Galo de Barcelos... ui... que nervos!
Ao longo das aulas, estes meus alunos andaram a provocar-me dizendo que já sabiam o que me oferecer no Natal... um Galo de Barcelos. Só de imaginar até sentia arrepios :-) Mas afinal sairam-se bem!!! E foi magnífico quando no fim da aula, bem devagarinho, abri uma das caixas, que tinham estado durante toda a sessão a tentar a minha capacidade de resistência, e confirmei que não era apenas uma provocação do momento. Ali estavam eles a olhar para mim. Redondos, estaladiços, au point e prontos a serem apreciados. Na verdade um Pastel de Belém faz maravilhas :-) Obrigada caríssimos!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Blue eyes



Vale a pena uma visita ao Tivoli até ao próximo dia 1 de Junho, data importante por infinitas razões.
Jovens e excelentes vozes num musical despretensioso que nos reaviva a memória de sons antigos e que sabe bem recordar.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Embaixada Literária de Cabo Verde na FEIRA DO LIVRO de Lisboa

Divulgação de informação acabada de receber:

Cabo Verde é o país-convidado na edição deste ano da Feira do Livro de Lisboa, que vai de 24 de Maio a 10 de Junho. Pelo Parque Eduardo VII irão passar poetas e escritores, académicos e especialistas da literatura do arquipélago, numa amostra nunca antes vista na capital portuguesa.

De acordo com os organizadores desta participação - a embaixada cabo-verdiana em Lisboa e o Instituto da Biblioteca Nacional -, esta é uma oportunidade para Cabo Verde dar a conhecer a sua literatura, aproveitando um público interessado e um evento há muito acarinhado pelos lisboetas.

Apesar da polémica que se instalou no seio da organização quanto à continuidade do modelo tradicional dos stands, o certo é que os cabo-verdianos não querem deixar passar esta montra privilegiada para mostrar os seus autores e a sua cultura.

Assim, o programa arranca Sábado, dia 24, pelas 20h00, no Auditório da Feira, com uma mesa redonda sobre o tema "Claridade", com as intervenções de Armandida Maia e do professor Alberto Carvalho; Nuno Miranda, Aguinaldo Fonseca, Pires Laranjeira e António de Névada serão os convidados. Segue-se, depois, o lançamento do livro "Mágico 2006" coordenado por J.L. Hopffer Almada.

Domingo, dia 25, está prevista uma Noite Cabo-verdiana e uma Mostra Gastronómica, no mesmo local (17h00), sob a coordenação de Alberto Rui Machado. A semana seguinte começa, segunda-feira 26, 18h30, com uma mesa redonda sobre a Língua Cabo-verdiana, com as intervenções de Viriato do Barros, Alcy Matos, Dulce Pereira, Hans Peter Holmayrs, a que se segue o lançamento de "Crioulo de Cabo Verde", livro de Carlos Delgado.

Terça-feira, 27, às 20h00, é a vez de uma mesa redonda sobre a Literatura Cabo-verdiana Contemporânea, com intervenções de Elsa Rodrigues dos Santos, Inocência Mata e Ana Mafalda Leite, tendo como convidados especiais J.L. Hopffer Almada, Dina Salústio, Joaquim Arena, Germano Almeida, Corsino Fortes e Arménio Vieira.

Quarta-feira, dia 28, pelas 18h30, é a vez de um recital de poesia, sob a coordenação de José Cunha, com os convidados Corsino Fortes, Jorge Carlos Fonseca, Arménio Vieira, José Luís Tavares, Germano Almeida e J.L. Hopffer Almada.

Quinta-feira, 29, às 19h00, realiza-se uma mesa redonda sobre Ciências Sociais, com as intervenções de Jorge Carlos Fonseca, João Estevão e António St' Aubyn.

Sexta-Feira, 30, às 20h00, é o dia da música cabo-verdiana, com uma mesa redonda sobre o tema, e as intervenções de César Monteiro, Moacyr Rodrigues, Rui Machado e Carlos Gonçalves, e com a apresentação do livro "Capverd Band", da autoria deste último.

Sábado, 31, às 20h00, mesa redonda sobre os Nativistas e Pré-Claridosos, com as intervenções de Isabel Barreno, Alberto Carvalho e José Guimarães.

As actividades encerram a 1 de Junho, às 17h00, na Sala de Conferência da Feira, com actividades comemorativas do Dia da Criança, com contos para todas as idades, em português e em crioulo. Os convidados especiais serão: Celina Pereira, Dina Salústio, Lalacho e Isabel Ferreira.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Hilariante

Chega a ser muito divertido, quase hilariante, observar o comportamento alheio com algum distanciamento e proximidade qb. É mesmo muito engraçado ouvir alguns comentários como se fossem certezas asseguradas, sem se ter a menor noção do que diz. É fantástica a capacidade de intrusão que cada um sente ter em relação aos outros. Não intimida, não aborrece, não desestrutura e nem sequer irrita. Dá vontade de rir por serem atitudes tão óbvias e sem razão de ser, mas principalmente porque quem as tem não se dá conta do rídículo em que acaba de cair...

Tonalidades

O Mundo não é apenas preto e branco como alguns acreditavam. Apresenta um misto de tonalidades, uma paleta de cores infinitas e impensáveis, mesmo para os mais criativos. E eu nem sequer me revejo nas mentes mais imaginativas. Mas reconheço que a simplicidade não faz parte dos dias de hoje e muito menos do "Mundo Pós-Moderno"!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Vidas Passadas...?!

"Você nasceu em algum lugar do território que hoje é o sul da Inglaterra pelo ano 975. A sua profissão era desenhador, engenheiro ou artesão. Buscou a verdade e a sabedoria. Outros o viram como um idealista que ilumina o futuro.
A lição que a sua vida passada lhe deu para foi desenvolver uma atitude bondosa em relação aos outros e adquirir o dom da compreensão e da compaixão."
Para novas consultas o procedimento é simples: colocar a data de nascimento e o sexo

Programa Científico, Seminário Internacional

Está disponível on line, na página do Seminário Internacional de São Tomé e Príncipe (21 a 28 de Julho) "Educação, Ambiente, Turismo e Desenvolvimento Comunitário", o PROGRAMA CIENTÍFICO, DE VISITAS E DE OUTRAS ACTIVIDADES.

domingo, 18 de maio de 2008

Santa Brígida

Hoje uma das minhas tias escreveu-me a falar da Santa que me deu o nome, a Santa Brígida. Lembrou-me o Professor de Latim que tive quando frequentei o curso de Direito na Universidade Católica, que foi a primeira pessoa que eu me lembre que me falou nela. Melhor, perguntou-me se eu sabia quem tinha sido a Santa Brígida. Na altura fiquei siderada porque jamais pensei que tivesse nome de Santa, mas é a mais pura das verdades.
Pois a minha tia descreveu com mais pormenor as características da antepassada do meu nome, retiradas de um folheto: "Reputada pela sua prudência e sabedoria, regularmente consultada pelas autoridades civis e religiosas do seu tempo. Famosa pela sua hospitalidade e generosidade, o seu culto esteve sempre associado à vida rural". Fantástico, hein?!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Reconforto

É verdadeiramente reconfortante perceber o quanto a nossa presença pode deixar os outros felizes. No caso, sinto-me muito reconfortada sempre que o meu pequeno Agente Secreto me vê, quer o encontro resulte de uns minutos de afastamento quer de uma ausência de semanas. O mais magnífico é vê-lo em adoração total e perfeita não afastando os olhos de mim. Sinto-me uma verdadeira diva para o meu pequeno grande amigo de quatro patas. Um encanto, uma delicia esta amizade que se vai reforçando dia-a-dia!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ética

Nesta altura, a minha atenção está centrada na prática turística. E, como em tudo o que se faz nesta vida, a palavra “ética” aparece de forma natural, espontânea, imediata. Não é preciso pensar muito para se chegar lá. É preciso ter sentido de responsabilidade, capacidade de interacção, respeito pelas diferenças e muita vontade de aprender. Mas antes de mais, uma inexcedível capacidade de entrega misturada com a curiosidade que nos faz ir um pouco mais além. “Ética”pressupõe ainda correcção, princípios criteriosos e valores.

terça-feira, 6 de maio de 2008

O empata

O EMPATA é aquele indivíduo que, independentemente do sexo, idade, profissão, estado civil, nacionalidade ou local de residência, nos diz sempre que vai fazer, preparar, articular... Ele está sempre lá, ou pelo menos diz que sim, mas acaba por se confrontar sempre com um imprevisto de última hora, inadiável e insolúvel em tempo útil. Infelizmente para nós... que evidenciamos uma capacidade quase sobrehumana de aguentar a espera e que, no limite, nos sentimos defraudados com o incumprimento das expectativas. Bom... se isso é mau em termos afectivos porque muito desestruturante, no que respeita ao trabalho não é melhor porque baralha os dados, provoca desequilíbrios nos planeamentos e cria vazios com rupturas...

(in) tolerâncias

E também lhe apetecia dizer "se não quiserem não façam, na verdade, nada vos obriga, mas a mim, deixem-me trabalhar, avançar, produzir, realizar". Cada um tem o seu ritmo, é um facto incontestável e respeitável até ao ponto de interferir com o bom funcionamento das acções que estão a ser programadas. Quando isso ocorre deixa de ser tolerável! Será que é difícil de entender...?!

Desconcerto

E, de quando em vez, o desvario vinha ter consigo aos pulinhos, como quem não quer a coisa, fazendo como se nada fosse. Um ar de graça aqui, uma palavra doce ali, uma reviravolta na justificação dos acontecimentos, tentando inverter papéis, culpabilizando o inculpável e desresponsabilizando o que requer atenção e cuidado. Ficava louca, quase verde, com o coração aos pulos, os olhos a esbugalhar e o cabelo a levantar. Seria possível manter a calma perante tanto desconcerto...?!

domingo, 4 de maio de 2008

Mãe

Porque SER MÃE não é uma tarefa fácil e ser uma BOA MÃE é mesmo um tarefa a tempo inteiro de entrega e aceitação, de reconhecimento e compreensão. Porque a minha é uma pessoa muito especial. Porque sem ela eu não seria quem sou.

sábado, 3 de maio de 2008

Falta de ar

A falta de ar pode ser tolerável, ou tenta-se tolerar, até o cansaço invadir cada célula visível e invisível tornando o simples acto de respirar num suplício. É insuportável, desgastante e alucinante. Dá vontade de perguntar sabe-se lá a quem: Mas afinal... PORQUÊ???

Falta de escrita

A falta de escrita deve-se a tantos, mas tantos, factores que, por certo, seria mais do que difícil enumerá-los...

 

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...