Um blog sobre a vida. Ilusões e sonhos, venturas, algumas desventuras, muitas realizações com a frustração necessária para alcançar o desejo da felicidade. Uma vida que se pretende feliz e preenchida por vivências sentidas. por Brígida Rocha Brito
sábado, 23 de abril de 2005
Interregno, descanso e lazer
Integração
Numa aula sobre Demografia e Movimentos de População em África, falando de migrantes, deslocados e refugiados, foi abordado o tema da integração e das medidas que requer para um resultado efectivo. Integração não é inclusão nem apenas inserção, apesar de implicar as duas, disse eu a dada altura. Os sorrisos abriram-se nas caras dos meus ouvintes, população africana com formação mínima de licenciatura. O debate surgiu de imediato por ser um tema sensível. Arriscando a possibilidade de confronto de opiniões opostas, vale sempre a pena falar nele.
Complexo de inferioridade
sexta-feira, 22 de abril de 2005
Desejos
Triste olhar
Inspiração
Cumplicidades
O encontro decorreu em clima de normalidade aparente, aliás como era habitual. Não houve palavras amargas nem desgostosas. Falaram de tudo e de nada, evitando o encontro dos olhares, que quando acontecia os traía. A conversa fluía naturalmente, falando dos problemas do dia-a-dia como se estivessem estado juntos horas antes. Foi assim desde sempre, quando se encontraram pela primeira numas das Africas pelas quais os dois passaram, mas desta vez na mesma altura. Apesar da cumplicidade e da intimidade, havia temas sensíveis que não só não eram abordados como evitados: os sentimentos, os desejos, as expectativas, que ficavam na esfera do entendimento subjacente.
Para ti
If you search for tenderness,
it isn't hard to find
You can have the love you need to live
But if you look for truthfulness
You might just as well be blind
It always seems to be so hard to give
Honesty is such a lonely word
Everyone is so untrue
Honesty is hardly ever heard
And mostly what I need from you
I can always find someone to say they sympathize
If I wear my heart out on my sleeve
But I don't want some pretty face
To tell me pretty lies
All I want is someone to believe
I can find a lover,
I can find a friend
I can have security until the bitter end
Anyone can comfort me with promises again
I know, I know
When I'm deep inside of me, don't be too concerned
I won't ask for nothin' while I'm gone
But when I want sincerity
Tell me where else can I turn
Because you're the one that I depend upon
Billy Joel
quarta-feira, 20 de abril de 2005
Memória curta
Tolerâncias
terça-feira, 19 de abril de 2005
O mistério do futuro
Ao chegar foi recebida por um olhar perscrutador do outro lado que foi substituído por um sorriso que tentou demonstrar acolhimento. Sentiu-se de imediato avaliada mas pensou “nestes milésimos de segundos, ninguém pode ler os meus pensamentos, o meu passado e o que virá a seguir”. Foi conduzida para uma sala que lhe pareceu pequena, desprovida de móveis, com excepção de uma mesa e duas cadeiras. A mesa estava coberta por um pano verde e no topo tinha um baralho de cartas de tarot e um outro “normal de jogar”, umas folhas lisas, uma caneta, uma vela apagada que nunca foi acesa, e uma taça com água e umas plantas que lhe pareceram nenúfares.
A sessão começou com uma reza de olhos fechados, numa tentativa da “mestre” receber as energias de Alice, que se sentia com um misto de apreensão e de vontade de rir, sabe-se lá se pelo nervosismo ou pela estranheza do ambiente. Decorreram longos minutos de silêncio, em que as cartas foram distribuídas com cuidado e misturadas com saber, viradas e analisadas. A consulta começou com uma leitura geral para os tempos mais próximos. Alice encontrava-se a viver um ciclo que só se alteraria após 4 anos, pelo que não valia a pena contrariar a lógica dos acontecimentos. Afinal o karma sempre existia... Daqui foram às particularidades e aos diferentes sectores da vida – o trabalho, o dinheiro, os amores, a saúde.
Foi vista uma viagem de trabalho para terras distantes e muitas mudanças no trabalho que resultariam em sucesso e em dinheiro, mas não de forma imediata, nada de grave na saúde e novo amor, pessoa que não conhecia à data da consulta, que surgiria sem que ela o quisesse ou desejasse. Mas mais uma vez, este homem desconhecido, um pouco mais velho mas não muito, seria kármico, pelo que não valeria a pena negá-lo. E no que respeita a este assunto, Alice sorriu com cepticismo.
Depois, e a pedido de Alice, regressaram ao passado e a “mestre” acertou nos pormenores, o que lhe causou desconforto. E assim se despediram, com muitos conselhos e recomendações. Afinal, Alice era intuitiva e concentrava as energias em si, as boas mas também as mais negativas que a conduziriam a estados menos felizes de quando em vez. Desceu o elevador a rir sozinha e a pensar “E se eu me dedicasse à adivinhação?”.
segunda-feira, 18 de abril de 2005
Imaginário(s) Africano(s)
domingo, 17 de abril de 2005
Aquela era a África que...
Aquela era a África que me fascinou e seduziu, pela qual me apaixonei e, para sempre, me deixei encantar. Ali todos os sonhos foram tornados realidade e as vivências eternizadas. Guardei-as dentro de mim, depois de as ter registado, uma a uma, nos cantinhos mais escondidos da minha memória, auxiliada por fotografias, palavras passadas para um papel, umas de forma articulada e outras nem tanto, desenhos e rabiscos, conchas e cocos envernizados por mim em momentos de tranquilidade e que aproveitei para espalhar por todo o lado por onde passo.
Hoje, longe destas Áfricas por onde fui passando e que me deixaram marcas profundas, que jamais me abandonarão, vou, de tempos a tempos, retirando as lembranças em função do que quero recordar e reviver. Houve dias bons e maus, ternos e angustiantes, aventureiros ou arriscados e monótonos, que voaram à minha frente sem que desse conta da sua passagem ou que se atrasaram, fazendo com que os minutos demorassem séculos a passar. E, na verdade, todos os momentos foram importantes para a pessoa que hoje sou porque me fizeram crescer, aprendendo de forma positiva, alegre e feliz com pessoas inesquecíveis, mas também com a tristeza das desilusões que resultam de entregas indevidas, seja no amor, na amizade ou no simples conhecimento.
sábado, 16 de abril de 2005
Roça Bombaim, um dia de aventura
Falávamos de uma ida a Bombaim aquando de uma das visitas da minha irmã mais velha a STP. Ela tinha muita curiosidade em conhecer aquela roça, emblemática por ter sido conduzida por uma família que viera da Índia, daí o seu nome, que trouxera consigo o famoso mangustão, introduzindo o fruto na ilha. Depois, era uma das roças que estava a ser aproveitada com fins turístico, bem no interior da ilha de São Tomé, região habitada pela temível cobra preta, com grande densidade florestal, e por isso de grande beleza paisagística, com um acesso que, só por si e em dias de sol e bom tempo, representava uma aventura. A estrada de ligação entre a Milagrosa e Bombaim era de terra – uma picada com passagem de um carro de cada vez – em muito mau estado, cheia de buracos, agravados pelas chuvas quase diárias no interior da ilha tendo, de um dos lados, do esquerdo, uma vista deslumbrante para a floresta. Mas, olhando para baixo, sentíamos a vertigem de ver um precipício sem fim, percebido não só por não termos a noção de onde ficava o chão mas também pela altura incálculável das árvores. A hipótese de retorno, com inversão de marcha, era praticamente impossível pela largura da estrada, uma vez a caminho a opção era seguir em frente. Um deslize de terra podia mesmo ser fatal e as possibilidades de busca eram muito limitadas pela ausência de meios, dificuldade de contactos e morosidade do socorro. Ali, tudo é “leve-leve só”, até em caso de acidente.
De facto, aquela viagem representava uma aventura mas, na minha mais do que modesta opinião, muitíssimo compensadora. O deleite para os olhos, a tranquilidade dos verdes intercalados pelo amarelo alaranjado das eritrinas, leutrineiras como os santomenses rurais lhes chamavam, os cursos de água e a magnífica Cascata de Bombaim. Valia a pena, pensei eu! E lá fomos, nós as duas e a irmã de um cooperante que também estava de visita e férias antes do seu casamento, que teria lugar no mês seguinte.
Para animar o ambiente, criando expectativa, e aumentar os níveis de adrenalina, chovia. Não chovia torrencialmente, não eram sequer chuvas tropicais, mas sim aquela chuva miudinha que vai molhando, penetrando a terra e alimentando o verde. Choveu só depois da Milagrosa, ou seja após termos entrado em piso de terra, com precipício do lado esquerdo e uma parede de terra do lado direito. O jipe derrapou vezes infinitas nos sulcos de terra lamacenta e, não será necessário dizer que, fizemos o percurso todo com redutoras, pelo que a velocidade não foi, nem podia ser, a tónica dominante da viagem. As minhas companheiras de passeio não iam muito à vontade, apesar de tentarmos acompanhar, o mais afinadamente que conseguimos, o Kalú Mendes que cantava na rádio. Chegámos, depois de eu ter batido numa pedra, que fez um tremendo estrondo, mas que, como é meu hábito nestas coisas, relativizei. É que não vale muito a pena aumentarmos a apreensão decorrente de momentos dramáticos, porque só faz com que o desconforto aumente.
Almoçámos em Bombaim e elas visitaram a roça. A D. Genoveva – Veva – estava feliz com a visita e serviu-nos o melhor que podia, com cordialidade e o sorriso de sempre. De repente, a meio do almoço, chegou um grupo de santomenses, que terão passado pelo mesmo calvário que nós, entraram na sala e disseram qualquer coisa que, com o stress do dia, eu não entendi mas o meu raciocínio descortinou apenas qualquer coisa como “de quem é aquele carro que tem fogo?”. Eu levantei-me num pulo, e a minha tranquilidade foi traída pela realidade da minha apreensão escondida, fiz a minha cara de alucinação em momento de crise e com os olhos abertos até à exaustão perguntei “O carro está a arder? Carro? Qual carro?”. Inconscientemente comecei a traçar o problema que teria pela frente, já que não havia seguros e a responsabilidade daquele jipe com 2 anos de vida era integralmente minha... Eles riram até não poderem mais e disseram com o ar calmo que só os santomenses conseguem ter “Dona, não tá a arder. Tem furo!”.
O regresso foi mais apreensivo, pelo menos para elas de forma exteriorizada, que já se viam engolidas pelas cobras, pelo Obô, o Parque Natural, e por qualquer outra coisa que pudesse aparecer. A D. Veva fez o caminho à nossa frente, não fosse acontecer mais algum percalço, separando-se de nós apenas na Milagrosa, onde a estrada não sendo brilhante era de alcatrão.
quarta-feira, 13 de abril de 2005
Nem sabes quanto...
- Tenho saudades tuas... - disse ele olhando-a fixamente após um doce momento de ternura.
Ela não respondeu por palavras porque não conseguiu dizer nada, apesar de lhe querer dizer muito. Mas pensou - "também eu... nem tu sabes quanto..."
Passagem de Testemunho
"Chocolate" de Joanne Harris, porque me permitiu sentir os cheiros doces, amargos e com um travo picante nas descrições sobre a confecção. E o enredo é brilhante: a criança e o amigo imaginário, os ciganos, o padre e a aldeia pequenina onde tudo o que acontece se sabe, e até o que não chega a acontecer passa a ser motivo. Mas sobretudo pela determinação que está implícita.
Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Não.
Qual foi o último livro que compraste?
"A Filha do Capitão" como prenda de anos para um amigo, mas acabou por ficar de empréstimo nas minhas mãos.
Que livros estás a ler?
"A Filha do Capitão" e a reler "O Rei, o Sábio e o Bobo"
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
"O Pincipezinho" do Saint Exupéry; "Equador" do Miguel Sousa Tavares, claro para reler; "Manual do Guerreiro da Luz" do Paulo Coelho; "A Ilha das Três Irmãs" e os seguintes da Nora Roberts
A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
Feliz Associação
terça-feira, 12 de abril de 2005
LZEC 2005
Há dias assim...
segunda-feira, 11 de abril de 2005
Obrigada...
Nostaláfrica III
Nostaláfrica II
Plataforma das ONGDs dos Países de Língua Oficial Portuguesa
domingo, 10 de abril de 2005
Nostalgia de África ou Nostaláfrica
sexta-feira, 8 de abril de 2005
Terres d'Aventure
quarta-feira, 6 de abril de 2005
Moçambique IV
A saga moçambicana causava angústia a Lai, sempre que se lembrava de cada minuto ali vivido, das histórias ouvidas em conversa de café e que, sem perceber porquê, acreditara, na forma como aquele romance, se é que algum dia o foi, se desenrolou. Aos tropeções, aos baldões, com incompreensão, muita violência e agressividade, nos gestos e nas palavras. E a verdade é que, mais tarde, tudo se confirmou, o que ela ouvira e do que desconfiava, mesmo sem razão. O pior acabou mesmo por acontecer e por marcar Lai da pior forma.
Já em Lisboa, após terem passado anos do regresso de Maputo, e sem lá ter regressado, mas com a certeza que um dia voltaria, Lai pensava: É fantástico como algumas pessoas nos enganam, uma e outra vez, sucessivamente, de forma voluntária e pensada, sem que nos demos conta disso. Pode ser até ingenuidade, mas não será bom acreditarmos sempre que todas as pessoas têm uma parte boa? Teremos de reconhecer e aceitar que há pessoas que, vá-se lá saber porquê, são desprovidas de bons sentimentos só porque são desestruturadas e por terem vivido experiências menos boas no passado? Mas isso todos vivemos... E a sua “história moçambicana”, como gostava de a referenciar, apesar de não o ser de facto, só por ter sido vivida naquele magnífico território, veio-lhe uma vez mais à memória como um flash, claro e nítido, fazendo-a arrepiar.
Quando regressou, Lai falou com uma amiga que conhecera MI e que dele tinha a melhor das impressões, e o comentário que ouviu foi: escreve isso e publica, essa é uma história que vale a pena ser escrita e lida. Mas Lai não gostava de falar sobre a sua intimidade e muito menos a desconhecidos. E o relato da história foi ficando para melhores dias. Um dia escrevo, dizia Lai a si mesma, um dia. Ela nunca chegou a ter coragem de a contar, palavra por palavra, porque sentia vergonha da humilhação por que passou com uma pessoa que não mereceu um centésimo de grama de afecto e de atenção, a quem mais tarde Lai tentou perdoar sem o conseguir porque as marcas deixadas por aquele indivíduo foram maiores do que qualquer outra coisa na vida. Hoje sou eu a relatá-la.
Loucura
terça-feira, 5 de abril de 2005
ECO
Reflexões
(In)definição de sentimentos
Sentimentos
O Grande Amor
segunda-feira, 4 de abril de 2005
Falta de paciência
domingo, 3 de abril de 2005
Chega!
Me entorta a cabeça
Me bota na boca um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar um bocado de mel"
Gonzaguinha, "Grito de Alerta"
Capítulos
Perfídia
Há coisas
Tinha dias assim
Porque gostava de João Paulo II
sábado, 2 de abril de 2005
Hoje
Leve leve
sexta-feira, 1 de abril de 2005
O Papa
Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis
Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...
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Depois de ter regressado a Lisboa, após a minha última incursão a São Tomé, não há dia em que não me lembre das maravilhas do arquipélago, d...
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Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...