É engraçado como há pessoas que se reconhecem em tudo o que escrevemos e dizemos, como se tudo o que passasse pelo nosso pensamento, a qualquer hora do dia, tivesse invariavelmente que ver com elas. Não sei se é auto-estima excessivamente elevada mas parece ser indiscutível que esta atitude envolve uma boa dose de convencimento e, a maioria das vezes, sem razão.
O mais engraçado é que, quando damos conta que, no que respeita às palavras mais intimistas que deixamos cair numa folha de papel ou que registamos numa página algures na net, quando conversamos com mais do que uma pessoa que connosco tenha estado relacionada, continuando ou não a estar, todas acabam por pensar que o que foi dito lhes é dirigido.
É engraçado mas estranho porque, por muito importantes que, para nós, algumas pessoas sejam, ou tenham sido, a vida é demasiado complicada e labiríntica e nem tudo o que parece é. E... na verdade, só sabe a quem respeitam, as coisas que se dizem em tom de crítica ou de confissão, quem as disse ou escreveu. Muitas conjecturas podem ser feitas. Infinitas, até. Mas não passam de suposições e de adivinhas. E sabem porquê? Porque dentro de cada um, bem lá no fundo, só entramos nós mesmos. Mais ninguém!