2017, desculpa-me a sinceridade, mas despeço-me de ti com um sorriso. Apesar de tudo, gostei de te conhecer, trouxeste-me desafios, novas oportunidades, levaste-me até outros locais e permitiste-me conhecer muitas pessoas, umas interessadas, outras interessantes e outras menos, muito menos. Mas, no geral, foste um ano duro, puseste pedras no caminho que fui trilhando com maior frequência do que eu desejaria - alguns pedregulhos até - e nem sempre foi fácil contornar todas as dificuldades, sobretudo porque o meu caminho teve também subidas e descidas em épocas de calor intenso e de algumas tempestades. Sim, tens razão, não me posso queixar porque não tropecei nestas pedras, nem caí, e, com maior ou menor esforço, consegui retirá-las ou contorná-las, mas criaste em mim a vontade de olhar em frente e seguir caminho sem lamento ou pesar. Agora deixo-te ir com o passar do tempo e, acredita, os minutos vão correndo à minha frente como se estivessem com pressa. Apetece-me ficar apenas a ver-te partir dando lugar ao novo, à expectativa, à vontade de seguir o caminho porque o futuro constrói-se para a frente. Eu sei, tens razão de novo, o teu sucessor não vai iniciar de forma mais fácil ou ligeira do que tu partes, mas a esperança acompanha-o e só por isso... é, para mim, diferente.
Adeus 2017, foi bom ter tido a oportunidade de privar contigo e agradeço-te tudo o que me deste. Resta-me dar as boas vindas a 2018, que vem carregado com o brilho do sonho...
Um blog sobre a vida. Ilusões e sonhos, venturas, algumas desventuras, muitas realizações com a frustração necessária para alcançar o desejo da felicidade. Uma vida que se pretende feliz e preenchida por vivências sentidas. por Brígida Rocha Brito
domingo, 31 de dezembro de 2017
domingo, 11 de junho de 2017
A escrita e os artefactos
Para quem gosta de escrever uma
caneta é a extensão de si próprio e um caderno o seu reflexo. São objectos
especiais e, por isso, tratados com infinito e profundo carinho. Quando, num
acto de boa vontade, emprestamos a nossa extensão e, por distração ou confiança
excessiva, a perdemos de vista e para sempre, sentimo-nos devastados pelo
sentimento de perda, ficamos sem rumo, desasados, a flutuar em suspensão como
se, de repente, caíssemos em queda livre.
A caneta partilhou momentos
únicos e foi através dela que os sentimentos mais escondidos ganharam vida, as
sensações e as primeiras impressões foram traduzidas naquelas páginas em branco
dando-lhes forma e sentido. Apenas os que gostam verdadeiramente de escrever
compreenderão este desassossego de alma.
A relação que se estabelece com
uma caneta é de grande proximidade, cumplicidade até, por isso é escolhida com
grande critério. Como em tudo nesta vida, também no que toca às canetas, não
serve qualquer uma, precisa de ser leve e de toque ligeiro porque só ela sabe
como tornear um éle ou um ésse, ou como fechar um ó tornando a letra ora arredondada,
ora recortada mas direita, fluída e sem emendas.
Escrever é bom, terapêutico,
reconfortante e com a caneta ideal melhor ainda. Fico desorientada quando alguém,
sem pedir, pega na minha caneta e a leva, supostamente, emprestada para dar uma
voltinha sem a devolver de seguida. É uma falta de respeito e de consideração.
Raptam a minha caneta, que nem gritar consegue, e quando se fartam da sua
companhia descartam-na para um qualquer caixote de lixo qualquer. Roubaram-me a
última, uma Pilot recarregável, que tinha uma escrita fabulosa – leve, fina,
imitando a tinta permanente sem ser de aparo e com escrita de roller-ball. Era
de tal forma fantástica que a levaram sem aviso ou agradecimento. Fiquei com
duas cargas para recordação.
Há uns dias regressei ao local
onde a comprei, mas a nova remessa só chegará com a rentrée da escola. A
solução para o meu vazio foi comprar uma outra que pudesse corresponder às
minhas imensas expectativas. Não podia ser dura nem ter escrita difícil, nem eu
poderia vê-la apenas como um instrumento com uma função a cumprir por
obrigação. Afinal, trata-se da minha extensão, pelo que tem de ser objecto da
minha atenção e cuidado. E acabei por comprar uma de aparo linda e inspiradora.
Nem eu própria imagino o que será capaz de escrever…
quinta-feira, 11 de maio de 2017
A internacionalização de Lisboa. Paradiplomacia de uma cidade


E o livro trata os seguintes temas:
Prólogo - Luís Moita
As cidades como atores das relações internacionais - Sofia José Santos
Lisboa e os nós da internacionalização - Fernando Amorim
A paradiplomacia de uma cidade: a internacionalização de Lisboa nas últimas quatro décadas - Luís Moita
Quando Lisboa fica na moda: a explosãoturística - Brígida Brito
A cultura e os processos de interculturalidade - Célia Quintas, Brígida Brito e Helena Curto
A sustentabilidade ambiental como valor transfronteirço - Brígida Brito
A competitividade económica através da inovação tecnológica- Carlos Morais
Lisboa cosmopolita - Maria João Mortágua e Madalena Romão Mira
Prólogo - Luís Moita
As cidades como atores das relações internacionais - Sofia José Santos
Lisboa e os nós da internacionalização - Fernando Amorim
A paradiplomacia de uma cidade: a internacionalização de Lisboa nas últimas quatro décadas - Luís Moita
Quando Lisboa fica na moda: a explosãoturística - Brígida Brito
A cultura e os processos de interculturalidade - Célia Quintas, Brígida Brito e Helena Curto
A sustentabilidade ambiental como valor transfronteirço - Brígida Brito
A competitividade económica através da inovação tecnológica- Carlos Morais
Lisboa cosmopolita - Maria João Mortágua e Madalena Romão Mira
As novas edições Observare serão apresentados dia 17 de Maio às 18h, na UAL. "A Internacionalização de Lisboa, Paradiplomacia de uma cidade" já disponível online em http://repositorio.ual.pt/handle/11144/3006
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Porque a vida é estranhamente incompreensível...
Porque a vida é estranhamente incompreensível.
Porque a passagem é sempre um momento que não conseguimos entender e o sofrimento, que tantas vezes está associado, é tão difícil de aceitar.
Porque quando as pessoas estão na força da vida, gostam de viver, são alegres e disponíveis... mais difícil é aceitar que o momento de partir chegou.
A Adelina Pinto fez hoje a sua passagem depois de ter aceite muitos desafios, um deles, o maior talvez, de lutar infinitamente contra a porra de uma doença...
Uma certeza levas contigo: tu marcaste positivamente a vida de todos os que te conheceram, Lina. RIP...
Porque a passagem é sempre um momento que não conseguimos entender e o sofrimento, que tantas vezes está associado, é tão difícil de aceitar.
Porque quando as pessoas estão na força da vida, gostam de viver, são alegres e disponíveis... mais difícil é aceitar que o momento de partir chegou.
A Adelina Pinto fez hoje a sua passagem depois de ter aceite muitos desafios, um deles, o maior talvez, de lutar infinitamente contra a porra de uma doença...
Uma certeza levas contigo: tu marcaste positivamente a vida de todos os que te conheceram, Lina. RIP...
domingo, 23 de abril de 2017
Kuma di curpo... curpo sta bem

quinta-feira, 20 de abril de 2017
Uma notícia triste

O meu querido amigo Abílio Coutinho fez a sua passagem. Dia triste
para a Terra e feliz para o céu e as estrelas. Homem bom, amigo do coração. Foi
um importantíssimo agente de cooperação com STP, ao abrigo do PAMEA, na área
agrícola, com a Guiné-Bissau, na delegação da Comissão Europeia, em Timor-Leste, em Angola, entre outros locais com os quais colaborou voluntariamente, Viveu e dinamizou com o seu espírito conciliador, a Roça Agostinho
Neto entre 2000 e 2002, mais ou menos.
Abilinho, sentirei
a tua falta mas sei que estás em paz. Tive o privilégio de te conhecer bem e
posso dizer com certeza que foste um grande AMIGO para mim e também foste para todos os que foram teus amigos,ou simples conhecidos. Viveste a vida como uma pessoa de bem. Estarás para sempre no meu coração. Até um dia Amigo!
sábado, 15 de abril de 2017
Vai de vela... ou a pé, digo eu...
Questiono-me "ad infinitum" porque é que tenho de aturar gente burra com a mania que é esperta, gente sem graça com uma percepção distorcida de si própria ao se sentir humorista ou piadista, gente básica no comportamento que se revê no intelectualismo do discurso, gente ordinária com a estranha auto-leitura de ser educadora, Há que ter uma paciência infinita e não creio que eu tenha nascido num dia em que a dita reinasse. É por essas e por outras que quando alguém ultrapassa o limite da minha paciência, como o outro diria cheio de propriedade "vai de vela"... ou de barco, ou de skate, ou de bicicleta.... ou a pé, digo eu...
sexta-feira, 14 de abril de 2017
Há coisas que me enervam profundamente e que transbordam o pior de mim
Há coisas que me enervam profundamente e que transbordam o pior de mim... o arrulhar dos pombos no telhado do meu prédio logo pela manhã, porque uma vizinha teima em alimentá-los. Aquele som repetitivo e monocórdico sucessivamente a martelar os ouvidos e a profundidade do cérebro deixa-me louca.... Eu sei que não é bonito para uma pessoa que tanto defende o ambiente, mas um dia passo-me... Mas há mais...
Alguém me pode explicar porque é que habituaram as criancinhas até aos 3 ou 4 anos a guinchar rastejando pelo chão em locais públicos??? Em casa deve ser uma festa... Eu gosto de crianças, acho-lhes imensa piada e quando as vejo não resisto a meter-me com elas. Mas ninguém consegue pedagogicamente explicar aos pais que as crianças não são macacos, apesar de terem adquirido o hábito de reproduzirem alguns sons e comportamentos??? Não é bonito, reconheço, mas quando o som estridente interfere com os meus condilos não me contenho e guincho mais alto até as ditas criancinhas pararem estupefactas. Resulta, garanto-vos!
Também me parece de mau gosto que alguns supostos casais andem pelas escadas rolantes de centros comerciais literalmente a "devorar-se" como se todos nós tivéssemos de certificar o quanto se amam. Essa não é a esfera da privacidade e da intimidade de cada um...????!!!! Dá vontade de dizer simplesmente: "OK, vocês amam-se, são lindos e dão-se bem. Porque não vão para casa ou para um local mais privado para dar azo à imaginação e criatividade???? Até para ir ao cinema escolhemos o filme...".
Hoje o dia teve de tudo... qualquer uma destas cenas faz emergir... transbordar o pior de mim... E isso não é bonito porque na maioria das vezes não faço nada, mas os meus pensamentos são péssimos... e como estamos na Páscoa... não deveriam ser... não é????
Alguém me pode explicar porque é que habituaram as criancinhas até aos 3 ou 4 anos a guinchar rastejando pelo chão em locais públicos??? Em casa deve ser uma festa... Eu gosto de crianças, acho-lhes imensa piada e quando as vejo não resisto a meter-me com elas. Mas ninguém consegue pedagogicamente explicar aos pais que as crianças não são macacos, apesar de terem adquirido o hábito de reproduzirem alguns sons e comportamentos??? Não é bonito, reconheço, mas quando o som estridente interfere com os meus condilos não me contenho e guincho mais alto até as ditas criancinhas pararem estupefactas. Resulta, garanto-vos!
Também me parece de mau gosto que alguns supostos casais andem pelas escadas rolantes de centros comerciais literalmente a "devorar-se" como se todos nós tivéssemos de certificar o quanto se amam. Essa não é a esfera da privacidade e da intimidade de cada um...????!!!! Dá vontade de dizer simplesmente: "OK, vocês amam-se, são lindos e dão-se bem. Porque não vão para casa ou para um local mais privado para dar azo à imaginação e criatividade???? Até para ir ao cinema escolhemos o filme...".
Hoje o dia teve de tudo... qualquer uma destas cenas faz emergir... transbordar o pior de mim... E isso não é bonito porque na maioria das vezes não faço nada, mas os meus pensamentos são péssimos... e como estamos na Páscoa... não deveriam ser... não é????
Desabafo ambiental...
Numa sessão de abertura de uma acção de formação que decorreu há uns 3 anos em São Tomé e Príncipe, um então ministro disse com inteira razão:
1. "Os atentados contra a natureza são atentados contra a própria vida"
2. "Transformar STP numa plataforma verde de espaços e serviços não é compatível com o ecocídio"
3. "Este e o arquipélago em que homens trouxeram plantas e as plantas trouxeram outros homens".
E para finalizar:
4. "Educar os mais novos para que não tenhamos de punir os mais velhos"
Nunca tinha eternizado" estas palavras, guardava-as para mim no meu caderno que, na época, me acompanhava e que tenho o hábito de revisitar anos depois, altura em que as palavras escritas ganham força e importância. Hoje foi o dia de reler algumas palavras antes escritas e estas fizeram mais sentido do que qualquer outras. É preciso, fundamental, pulverizá-las' esperando que a difusão ajude a uma maior interiorização, passando das palavras aos actos... sustentáveis... Tudo isto à conta da introdução de produção transgénica em São Tomé e Príncipe. Uma verdadeira atrocidade.
Assinar uma petição faz sentido quando o fim é social e/ou ambientalmente justificado. É o caso. VOTEM!!!!
1. "Os atentados contra a natureza são atentados contra a própria vida"
2. "Transformar STP numa plataforma verde de espaços e serviços não é compatível com o ecocídio"
3. "Este e o arquipélago em que homens trouxeram plantas e as plantas trouxeram outros homens".
E para finalizar:
4. "Educar os mais novos para que não tenhamos de punir os mais velhos"
Nunca tinha eternizado" estas palavras, guardava-as para mim no meu caderno que, na época, me acompanhava e que tenho o hábito de revisitar anos depois, altura em que as palavras escritas ganham força e importância. Hoje foi o dia de reler algumas palavras antes escritas e estas fizeram mais sentido do que qualquer outras. É preciso, fundamental, pulverizá-las' esperando que a difusão ajude a uma maior interiorização, passando das palavras aos actos... sustentáveis... Tudo isto à conta da introdução de produção transgénica em São Tomé e Príncipe. Uma verdadeira atrocidade.
Assinar uma petição faz sentido quando o fim é social e/ou ambientalmente justificado. É o caso. VOTEM!!!!
segunda-feira, 10 de abril de 2017
Quando deixará de ser assim...?!
... com a cabeça a mil... muitas tarefas, pouco tempo, algumas preocupações... o pensamento flui com uma rapidez alucinante, saltando de assunto
para assunto... quando deixará de ser assim...?
para assunto... quando deixará de ser assim...?
sábado, 8 de abril de 2017
Há lugares que nos fazem ser melhores...
Deleito-me a ouvir as pessoas tagarelar e a tentar entender
o que dizem. Encanto-me quando as observo caminhar procurando antever como
vivem e se relacionam, como se tivesse a capacidade de presenciar alguns
momentos das suas vidas, que imagino preenchidas.
Quando o sol nasce intenso, redondo, grande e cor de fogo, e
projecta luz e calor para as ruas, tenho a sensação que aquele é o espaço ao
qual pertenço. Há cidades que fazem transparecer a essência das pessoas, porque
se adaptam, colam, moldam... Há cidades onde a vida se faz com a facilidade de
um sorriso. Há lugares que nos fazem ser melhores porque muito mais felizes…
em 21/11/2014
sexta-feira, 7 de abril de 2017
Relembrar o passado é vivê-lo duas vezes...
Relembrar o
passado é vivê-lo duas vezes. Retomar conversas que ficaram inacabadas, incompletas,
suspensas. Refrescar momentos de forma isolada, como se fosse possível cortar alguns pedaços do tempo, apenas os que nos interessam. As lembranças chegam até nós em
flashes, acompanhadas pelo antes e pelo depois, e isso nem sempre é bonito. Mas é engraçado – e estranho ao mesmo tempo – como, passado tanto tempo, os
momentos que vivemos, os bons e os pesarosos, nos visitam aos trambolhões
como se fossem empurrados por um qualquer pontapé.
Gostava
de acreditar que o passado não se revive, apenas se revisita, mas sempre que a
memória me puxa até alguns tempos idos percebo que sinto uma parte do que me
lembro ter então sentido. O medo de perder, a emoção exacerbada apertando o coração
obrigando-o a pular descompassadamente, a ansiedade do atraso e a angústia da
ausência, mas também o entusiasmo descontrolado e a percepção de que o tempo pode parar por instantes sempre
que a felicidade me invade. O arrebatamento do primeiro toque e das carícias
iniciais da descoberta na pré-aproximação. O primeiro beijo e o segundo, e os
restantes até ao último. O envolvimento desde a primeira entrega, a sensação de que a pele pode queimar com um simples toque. E todas as outras envolvências até deixar a rotina se instalar e permitir que o desinteresse se aproxime. Recordar
faz-me sentir a intensidade do momento que passou e vivê-lo uma e outra vez mais…
16/08/2015
quinta-feira, 6 de abril de 2017
13 anos irregulares
Acabei de realizar que este blog tem 13 anos, mais coisa menos coisa. 13 anos de muitas palavras passadas através de um post, de muitos sentimentos exteriorizados, de muitas fotografias que, no geral, valem bem mais do que as palavras. 13 anos de desabafos e gritos ensurdecedores, por vezes. 13 anos de palavras envoltas em emoções felizes. 13 anos com mais de 330.000 visitas, o que dá cerca de 26.000/ano. Não percebo ao certo se é muito ou pouco, mas dado que a irregularidade na escrita tem marcado a minha actuação... sinto-me orgulhosa. Muito orgulhosa! Obrigada pelas visitas e continuem a aparecer :-)
quarta-feira, 5 de abril de 2017
A noite...
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Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis
Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...
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Depois de ter regressado a Lisboa, após a minha última incursão a São Tomé, não há dia em que não me lembre das maravilhas do arquipélago, d...
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Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...