terça-feira, 15 de abril de 2014

No Príncipe...

No Príncipe a vida muda e transforma-nos. A primeira imagem é a do deslumbramento. Tudo é denso e intenso: a paisagem florestal; as praias de baías recortadas; a pequenez da cidade acolhendo-nos com um sorriso de boas vindas; os olhares curiosos das pessoas; e o reconforto  da disponibilidade. Mas também, e sobretudo, as experiência e as vivências que são apenas possíveis num lugar que está longe de tudo e de todos, rodeado por mar. Ali sentimos a noção do isolamento que nos protege do ritmo desenfreado e alucinante de todos os dias mas que nos coloca frente a frente com uma aventura de risco controlado. No Príncipe tudo é possível. Uma ilha tão magnificente quanto distante, tão pequena quanto inacessível, tão contrastante... obrigando-nos a olhar em volta, uma e outra vez, e ver o que está para lá das evidências mesmo antes de pensar. Ali é difícil avaliar porque os sentidos estão despertos para a vida e emocionam-se com tudo, por tudo. Viver em tempo útil não é compatível com estar "fechado para balanço". O Príncipe é um pequeno doce que será gourmet. É a fantasia dos sonhadores, a realização dos apaixonados, o deslumbramento dos sentidos, o encantamento da alma. Se São Tomé é a "ilha enfeitiçada" porque nos prende e não nos deixa partir completamente, o Príncipe é a "ilha encantada" que nos deslumbra, enternece e convida a regressar. Para mim, a combinação das duas resulta na união perfeita...

Na partida do Príncipe, Abril 2014

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...