Diz-se por aí que não devemos regressar aos locais onde
fomos felizes. Não percebo porquê e não concordo. Passo a explicar: os locais
onde fomos felizes estão, para nós, carregados de valor simbólico já que, por
tudo e por nada, o presente é invadido pelas recordações ternas dos que achamos
que foram os melhores momentos de uma vida. Não que não possamos viver outros
tão bons ou melhores no mesmo local ou noutro, com as mesmas pessoas ou outras.
Mas tendemos a associar ao espaço imagens e representações que o enriquecem e
reforçam, fazendo com que para nós passem a ser locais especiais. Gosto de
regressar aos locais onde fui feliz. Volto a ser feliz, uma e outra vez, tantas
quantas as recordações permitirem sem que isso me impeça de sentir felicidade
de outras formas. E com o passar do tempo, aquele é um lugar feliz só porque as
vivências felizes são tantas que acabam por se entrecruzar da forma mais feliz
que é possível. São Tomé é o meu lugar feliz :-)
Praia do Governador, 25 de Agosto de 2012