Uma das excelentes recordações que tenho de São Tomé são as refeições, aquelas em que usufrui da companhia de pessoas especiais e que propiciaram conversas longuíssimas, com temas aprazíveis, num tom misturado de ternura, confidência e conselho. Foram horas deliciosas que não se repetirão jamais, por mais que se tente e que se queira. O contexto definia o tema e as conversas tidas, e retidas na minha memória para que não fujam, foi aquele e não outro, naquele espaço, naquelas casas e naquela época. Foi uma das fases mais magníficas, deliciosas e envolventes que já vivi. Os qualificativos nunca serão suficientes para definir e caracterizar aqueles dias e aquelas noites, onde não houve tabus nem constrangimentos para se falar de tudo e de mais alguma coisa.
Inconscientemente aguardava pela hora das refeições e hoje sei que eram as minhas preferidas, porque eram os momentos exploratórios de cada um de nós, em que nos íamos dando a conhecer, em que trocávamos confidências e elogios, em que nos irritávamos e chamávamos a atenção um ao outro, procurando-nos melhorar mutuamente.
Depois havia as comidinhas que preparávamos ou que nos deixavam preparadas, estas mais ao almoço e as outras ao jantar. Mas essas merecem destaque num post único. Falarei dos pratos que experimentei mais tarde, e só de pensar neles fico com água na boca...