Sei que um dia vou voltar. Não, não me perguntem quando
porque não consigo alcançar essa resposta. Nem para mim mesma... mas sei que um
dia o regresso se vai tornar tão urgente que, talvez sem dar conta, faço a mala
e parto. Há de ser um chamamento. Há de revelar-se uma emergência que nem eu
própria compreenderei. Há de resultar em inevitabilidade, tal como antes
aconteceu.
Há lugares assim que são para nós tão evidentemente
naturais e próximos quanto a essência da vida. Não é ainda o momento, sei
disso, e também sei que talvez demore uma eternidade. Sei, porque já aprendi,
que, em muitas circunstâncias, é preciso aguardar com a tranquilidade sábia de
um mestre. E eu sou ainda uma aprendiz no misterioso percurso da vida, que
aceitou que não adianta forçar a antecipação e que a inevitabilidade tem um
tempo próprio. Não é por desejarmos muito que os acontecimentos felizes nos
encontram...
São Tomé, Setembro 2014