Uma vez mais, a aventura
começou. A caminho de São Tomé mas sem ter sequer saído do aeroporto. A chegada
foi antes das 22h e a fila para o check in era de tal forma grande que dava
várias voltas apertadas; o balcão nem se via. Tantas e tantas vezes fiz esta
viagem e ainda não tinha tido esta dupla experiência: a de viajar
pela STP Airways; e a de ter uma longuíssima noite de espera. Há atrasos e atrasos e este bateu o record de todas as possibilidades. Na fila a espera para
chegar à frente e despachar as malas durou mais de 2 horas e a noite parecia ser ainda uma criança porque o que estava para vir nem se tinha anunciado. O aeroporto
estava quente, abafado, cheio de gente que circulava para a frente e para trás
sem destino ou objectivo, falando ora com um ora com outro, na maioria eram conversas de ocasião com um sorriso aberto espelhado na face. As nossas caras espelhavam apenas surpresa e perplexidade. Procurámos estar a horas para nos reunirmos e tratarmos de despachar a bagagem pessoal e as caixas com o material para a formação e a distribuição. De facto não contámos com aquele cenário e nem sequer pensámos ser possível. Esperar era a palavra de ordem e não valia a pena o desassossego que nos invadia o corpo, a alma e o coração. Em pé passámos as duas longas horas até chegarmos ao balcão, depois disso foram muitas mais. A sensação que ficou da espera
foi asfixiante e atrofiante, piorando ao escutar o aviso feito pela hospedeira:
a partir daquele momento ainda deveríamos contar com um atraso de mais de cinco
horas. Resignei-me com enorme desconforto. Nada podia fazer... Saímos dali e montámos arraiais junto ao guiché 101 da Alfândega. Nós, os caixotes, as malas pequenas que nos acompanhavam para a cabina e os rolos com os cartazes temáticos. Enquanto um colega tentava resolver as questões burocráticas com a papelada eu e a outra colega adoptámos os tapetes de dois guichés fechados para descansar as pernas e assentar ideias.
A espera estava por ali para me fazer companhia durante aquela noite em que o descanso parecia ter-se ausentado sabe-se lá para onde. Dei comigo a pensar que com a TAP nunca passei semelhante tormenta e que apesar das queixas que se podem fazer à companhia, para mim continua a ser uma referência. Não fora o ébola e a alteração na rota da TAP com escalas no Gana tanto na ida como no regresso e tudo seria como dantes...
Subimos em busca do suposto snack que nos seria entregue no piso da restauração mas como sempre todos os serviços estavam entretanto encerrados. Contentei-me com um pacote de batatas fritas, um pacote de maltesers e uma água que comprei na máquina enquanto os meus dois colegas descansavam os olhos dormitando tranquilamente numa cadeira desconfortável da sala de embarque...
05/09/2014
05/09/2014