O significado etimológico de "ordinário", incluindo sinónimos, é: “comum; vulgar; de baixa condição; grosseiro; mal-educado; reles”. E neste adjectivo enquadram-se todos os que: têm falta de cidadania; não respeitam os outros e se impõem; agridem física ou verbalmente; criam situações desconfortáveis; e vivem em situação de impunidade. Ou seja, este qualificativo adequa-se, na perfeição, a algumas pessoas. Ora vejamos: por lei é obrigatório passear os cães de trela na via pública, mas há quem insista em não o fazer provocando situações que levam à agressividade canina, atacando cães presos e donos que os passeiam. Esta situação tem vindo a ocorrer de forma continuada na praceta onde resido. Antes sucedia com "cães a pilhas", pequenos, diria eléctricos, que fazem com que os grandes se chateiem quando se sentem atacados por setas galopantes animadas de latidos estridentes. Falta de noção, digo eu, porque se um cão de médio ou grande porte, possante até, pesando mais de 35 kg, os abocanha, teremos o caso mal parado. Mas os cães parecem não perceber o risco que, eventualmente, correm e os donos destas feras-miniatura, vá-se lá saber porquê, sentem que têm leões que rugem ferozmente. O pior é quando, como diria o outro "tem situação" porque aí, os grandes, mesmo que estejam presos passam a ser a violência em forma de cão. Tudo isto chegaria a ser hilariante senão fosse desconcertantemente irritante. Agora, quando o encontro se dá com cães igualmente grandes, em que um vai de trela e o outro galopa pela rua como se o mundo fosse seu, eu chego mesmo a questionar-me da razoabilidade dos donos. Ou será falta dela... Ao serem chamados à atenção, sentem-se ainda no direito de ser ofensivos, de chamar nomes impensáveis acompanhados de tratamento de proximidade que só pode ser o resultado de se sentirem mentalmente pequeninos. Há pessoas que não crescem, que não aprendem, e jamais aprenderão, as regras básicas da convivência e da cidadania, que permanecerão ad aeternum com uma leitura distorcida e da realidade, centrada no seu próprio "eu", como se mais nada existisse. Simplesmente inacreditável num mundo pós moderno, dito evoluído, diria até desenvolvido. Como diria Pierre Bourdieu, há quem continue no primeiro patamar da racionalidade, não evoluindo para outros superiores... Pela acção e pela forma como se comportam, estes são pessoas vulgares, de baixa condição, grosseiros; mal-educados; reles. Ou seja, simplesmente: ORDINÁRIOS!