domingo, 12 de agosto de 2007

Perplexidade e chuva de estrelas

Estou perplexa comigo mesma. Sempre fui fã de chuvas de estrelas, daquelas que acontecem de vez em quando no céu. Mas neste ano, o bichinho dos desejos a cada rasgo no céu foi-se. Vá-se lá saber porquê, ou talvez seja melhor nem pensar muito!!!

Há muitos anos vi uma chuva de estrelas com um namorado que com o tempo se tornou em amigo. Namorávamos na altura há coisa de um ano e eu continuava tão encantada por ele quanto nos primeiros tempos da conquista e da sedução. Não posso garantir mas creio que foi numa noite de 14 para 15 de Agosto e estávamos acampados numa quinta em Vila Velha de Ródão à beira rio, que pertencia a um estrangeiro, acho que inglês, a quem ele foi pedir para ali montarmos arraiais. Éramos só os dois, uma tenda, o meu ex-Peugeot 205 branco e pouco mais. Lembro-me que nos deitámos ao relento e ficámos ali a aguardar que uma chuva de estrelinhas começasse a cair sobre nós como se fosse um espectáculo em que o pano abria e os actores entravam e criavam cenas. Ainda hoje me recordo de estar com a cabeça em cima da barriga dele, que não tinha J, e de estar cheia de expectativa a contá-las porque cada uma que vinha representava um desejo. Nessa noite fiquei para lá de desiludida com tudo o que os locutores de rádio diziam das chuvas de estrelas porque elas não caiam assim tão rapidamente e era mesmo preciso estar com alguma atenção para as ver, apesar de estar escuro por não haver luzes na zona e da região ser propícia à observação.

Hoje a expectativa das chuvas de estrelas desvaneceu-se um pouco. Talvez porque já dei a oportunidade ao evento e ele não correspondeu às expectativas ou quem sabe se os desejos estão a escassear por incredulidade ou cepticismo. A verdade é que hoje não penso olhar para o céu, muito menos às 2h da manhã, hora em que dizem que as estrelas cairão em força…

 

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