Região de Tombali, Guiné Bissau, Fevereiro 2007
Não gosto deste dia mas reconheço que, em muitos lugares deste mundo globalizado, faz sentido comemorar certas datas. Marcar este dia como diferente dos outros é reforçar a discriminação que pode existir, ou que existe de facto. E é por isso que, ano após ano, continuo a não gostar. Mas entendo, também cada vez mais, a razão da sua existência.
Em muitos locais do mundo, a mulher não é reconhecida como igual em direitos sendo vista como um acumular de obrigações e de deveres sobre a qual recaem todas as tarefas e mais algumas, por mais pesadas e dolorosas que sejam. E estas são mulheres trabalhadoras, lutadoras, responsáveis, e responsabilizadas desde muito cedo, companheiras, amantes e mães. São elas que sustentam a família e que mantêm a ordem no lar. São incansáveis na procura de uma vida melhor e de conforto para os seus sem que, em muitas situações, tenham tido a possibilidade de os escolher. São conformadas e dedicadas, são seres excepcionais em abnegação e entrega. E, além de tudo isto e muito mais, ainda cantam e, sempre que podem dançam, rindo abertamente porque, se não levarem o dia a dia com a alegria dos tempos de meninas em que tudo era sonho, a vida torna-se um fardo demasiado pesado para ser suportado.
A estas mulheres, um feliz dia!!!