Ouvindo-o discorrer sobre os momentos desastrosos pelos quais a sua vida passara, pensou “cantas bem mas não me embalas”. Há uns bons anos ter-se-ia sentido sensibilizada pelas palavras confusas; há uns bons meses teria certamente querido acreditar que tudo o que ele dizia era verdade. Hoje só lhe apetece dizer “vai falando até te cansares porque não sou eu que te vou impedir, mas quando estiveres cansado cala-te porque nada do que dizes faz sentido e eu não acredito numa sílaba que seja”. E com alguma probabilidade, amanhã levantar-se-á e deixá-lo-á a falar sozinho, coisa que ele nem notará porque, em nenhum dos momentos, se preocupou com o que ela pudesse pensar ou sentir, o que contava era que falava e que alguém o ouvia.
Um blog sobre a vida. Ilusões e sonhos, venturas, algumas desventuras, muitas realizações com a frustração necessária para alcançar o desejo da felicidade. Uma vida que se pretende feliz e preenchida por vivências sentidas. por Brígida Rocha Brito
segunda-feira, 19 de março de 2007
Cantas bem mas não me embalas
Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis
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