Pensar na vida social pode ser um exercício de aprendizagem fantástico, principalmente quando recorremos a situações concretas, que passam mesmo à frente dos nossos olhos, para exemplificar o que acabámos de apreender. Então, o exercício tem poder cumulativo e passa, com a maior das facilidades, de exercício prático a teste.
1. Há pessoas com uma infinita capacidade para se meterem em confusões. Quase poderíamos dizer que as procuram e, se não pudessem conviver no emaranhado de problemazinhos, não saberiam como subsistir num Mundo onde, com uma inacreditável rapidez, as situações mais simples se transformam numa infinitude de complexidade.
2. Há pessoas que fogem dos problemas e dos conflitos mas, para sua grande infelicidade, não há confusão com que não se cruzem. Procuram viver na tranquilidade e na pacatez, de acordo com valores e princípios apreendidos, interiorizados e alimentados durante décadas, mas a vida prega-lhes partidas de quando em vez, acabando por se aproximar sempre das pessoas erradas no pior momento possível. Erradas não por terem um risco em cima mas porque estão tão imbuídas de “má onda”, como hoje se diz, que tudo o que façam resulta mal.
3. Há pessoas que se sentem à margem da confusão, evitam os problemas, fogem dos conflitos, simplesmente procuram passar despercebidas e não notadas, mas só porque existem são enredadas em teias de situações complexas.
4. Há pessoas que criam confusões porque gostam e querem fazer parte delas.
5. Há pessoas que têm como passatempo favorito criar confusões na vida dos outros como se de marionetas se tratasse. Limitam-se a criar a estória, redigem as “deixas”, determinam o protagonismo de cada marioneta e mexem os cordelinhos para que o final seja conforme planearam. Mas jamais intervêm directamente na acção, divertindo-se simplesmente com o desenrolar do argumento.