quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Dentistas

Nos últimos dias tenho-me lembrado infinitas vezes do meu cão Porthos, um fiel companheiro, tal como o nome o indicava. O Porthos era mais do que um amigo: confiável, terno e afectuoso, brincalhão e sempre pronto para fazer um programa, independentemente de qual fosse, para ele estava sempre bem. Além do mais, tinha aquela dose de loucura recomendável a pessoas mas também cães bonzinhos, porque fundamental para que o estado de felicidade esteja relativamente presente nas nossas vidas. E ele era mesmo assim.

Nos últimos dias, tenho-me lembrado bastante dele, não só porque era o meu companheiro mas principalmente porque, curioso como era, um dia tentou abocanhar uma abelha e apareceu-me com o ar mais infeliz deste mundo, com o focinho multiplicado por quatro. Parece impossível, é verdade, porque sendo um boxer, não se imagina que o desgraçado pudesse ter a beiça de tal forma aumentada que parecida que rebentava. A brincadeira resultou numa sucessão de dias a antibiótico e algumas visitas ao veterinário.

Pois bem… dizem que os donos se tornam parecidos com os cães… e aqui estou eu! Fui a um dentista que valoriza a estética tratar um dente que nunca me doeu… e saí de lá com a cara feita num bolo não comestível. A coisa não correu nada bem, com direito a derrame, hemorregia, hematoma e edema. Fantástico, hein? E ainda não percebo se foi das mãos pesadas do dentista ou das doses cavalares de anestesia que levei… no início, na gengiva, e a meio do tratamento mesmo no nervo. Foi uma tarde inesquecível… E a não repetir!!! A sensação é que tenho o maxilar partido. Resultado, hoje passei a tarde entre o meu dentista de sempre, em quem confio muitíssimo, conhecido pelo “mãos de oiro” mas que não privilegia a parte estética à saúde presente e futura da boca, e uma radiografia ao maxilar. E, tal como o Porthos, estou com antibiótico e anti-inflamatório.

Definitivamente… o mês de Setembro para mim não começou assim lá muito bem…

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...