domingo, 6 de agosto de 2006

Equívocos e risadas

O que se passou no final da manhã de hoje só poderia ter acontecido porque uma criança de 6 anos e meio foi para a piscina apenas com a avó e tias, ou seja sem a presença dos papás. Foi no mínimo hilariante e deu risada sem fim.
A avó tem uma infinita paciência para o moço, de tal forma que brinca com ele aos leões quando está em terreno sólido e aos golfinhos quando o meio é aquático. Uma das tias brinca, e fala com ele, como se tivesse a mesma idade, ou seja aos pulos, aos chapões “bomba” e às corridas para ver quem nada mais depressa. A outra faz de cavalo no meio da piscina de água salgada, com ele nas cavalitas, a dizer “anda cavalinho”. É um espectáculo certamente lindo de se ver porque ao olhar para as bordas e cadeiras em volta, as caras apresentam um sorriso divertido, dando a sensação que a hora do sono ficará para mais tarde porque, na verdade, é impossível descansar com aquele quarteto por perto. Uma das tias, a mais nova, refila com a outra porque, em certas ocasiões, ela parece bem mais nova do que a criança, fazendo mais barulho e alarido.
A dada altura, e enquanto a tia mais séria descansava um pouco, o mocinho pega no telemóvel e começa a disparar fotografias, dizendo com um ar satisfeito da sua obra “Gi, ficaste muita gira”, e guarda o telemóvel no saco. Ela sorri e fecha de novo os olhos até que o telemóvel começa a tocar. Ela atende com voz ensonada, vê que é um amigo com quem faz alguma cerimónia, e ouve do outro lado da linha: “então, está na praia?”. Ela responde “é como se estivesse, estou na piscina”. E ele com uma voz que ela não lhe reconhece diz “Ah... e está a meter-se comigo, não é?”. Bem, não é que ele seja um estafermo completo, mas não fazem o género um do outro, além dele ter o requisito da inviabilidade: é casadíssimo, pai de prole em crescimento, e ela não está nada virada para confusões. Como é hábito, ela respondeu com um ar indignado e irritado “EU...?! Era só o que me faltava realmente. Meter-me consigo, pois sim! Mas porquê?”. E de imediato ouve como resposta “Porque acabou de me enviar uma foto sua, em que só aparece a cara e o peito e eu não percebi se estava a meter-se comigo”. Ela só teve mesmo tempo de dizer que “Não não não, foi o meu sobrinho que esteve a brincar com o telemóvel, a tirar fotografias e deve ter enviado para si”. E enquanto ela se desfazia em explicações com um ar constrangedor, já sentada e gesticulando, a outra tia, a avó e o fotografo desfaziam-se em gargalhadas, tão sonoras que eram audíveis do outro lado da linha.
Pois querem um conselho??? Não deixem crianças de 6 anos e meio brincar com os vossos telemóveis porque só sai disparate...

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...