Há uns dias escreveram-me dizendo: “Andas excessivamente africanista e pouco intimista. Sinto falta de ler as tuas histórias, as aventuras das viagens, os sonhos, os encontros (e os desencontros). E ainda não nos falaste sobre as tartarugas (...)”. Não liguei muito a estas palavras porque de imediato pensei que a pessoa que escreveu estava a brincar comigo como faz tantas vezes. Mas de facto é verdade! Ando a escrever sobre temas “sérios”, pouco pessoais e principalmente de divulgação, e quem se habituou a ler 85% do que habitualmente escrevo, naturalmente nota diferença. E hoje tomei consciência disto, no meio do almoço com um amigo, que por sinal inspirou alguns dos meus textos :-) Há fases assim em que falamos pouco de nós porque, sei lá eu, há talvez pouco a dizer, ou quem sabe temas muito mais interessantes para explorar...
Fiquei de falar sobre as tartarugas e o regresso a São Tomé, após um longo mas importante afastamento. Há quem diga que não devemos voltar aos locais onde formos felizes. Eu não sou assim tão radical, aliás sou-o em relação a poucas coisas e cada vez menos. Eu fui muito feliz em São Tomé. Esta frase até me faz lembrar alguém :-) E mais do que feliz, ali vivi e dei azo às emoções, libertei-me e senti-me viva, no bom e no mau sentido. Tudo foi vivido intensamente, de tal forma que o afastamento foi necessário em altura própria e o regresso, mais do que desejado, resultou na perfeição. São Tomé é um encanto, um local onde me sinto bem e me reencontro comigo mesma. E a vontade de regressar permanece, o que é muito bom!