Gosto de ouvir a chuva cair, com uma musicalidade ritmada, ora escorregando docemente pelas goteiras, ora batendo com força nos vidros das grandes janelas que habitualmente me fazem companhia. Gosto de ver a chuva cair em fios contínuos e geométricos, desenhando linhas bem definidas e consistentes, que interrompem a tranquilidade da paisagem que me rodeia, marcada por tons azuis, verdes e brancos. E gosto de ver a chuva batida pelo vento, provocando uma sensação de falta de orientação que gera inevitavelmente confusão, levantando rapidamente a água e, de forma sucessiva mas inesperada, com grande eficácia, mudando-lhe o sentido. Gosto de dias de chuva, depois de um longo período de seca, desde que o sol possa aparecer de quando em vez para iluminar a alma e aquecer o corpo e o coração. E sobretudo gosto de ver, ouvir e sentir o cheiro da chuva quando estou completamente resguardada, quente e confortável. Os últimos dias têm sido assim: calmos; contemplativos; de muito trabalho ao som da chuva e dando descanso ao rádio.
Um blog sobre a vida. Ilusões e sonhos, venturas, algumas desventuras, muitas realizações com a frustração necessária para alcançar o desejo da felicidade. Uma vida que se pretende feliz e preenchida por vivências sentidas. por Brígida Rocha Brito
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006
Chuva
Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis
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