Estou a ler “O Segredo do Chocolate” de James Runcie: livro muito engraçado que apela aos sentidos e às emoções, quer se esteja enamorado hoje ou tenha estado num ontem mais ou menos próximo, sabendo que num amanhã também mais ou menos inevitável voltará a flutuar no ar só por ouvir a voz que desperta o melhor dos sentimentos. Fala-se de muitas coisas no livro mas principalmente de paixão e de amor, do arrebatamento que sentimos por um alguém que se vem a revelar diferente nas nossas vidas num dia qualquer e sem que consigamos perceber porquê. E numa fase de cepticismo em relação a sentimentos desta natureza, em que pergunto aos meus outros eus o que é afinal o amor, e porque eles também não chegaram ainda a uma resposta consensual, ao ler as doces páginas deste livro, encontrei algumas respostas possíveis:
“Apesar das circunstâncias separarem os amantes, Ignácia dá a Diego um elixir e uma promessa: se estiveres vivo então eu estarei viva. Nunca desistas de me procurar”
...
“Quem ama verdadeiramente demora a esquecer”
...
“- Então o amor é uma escravidão?
- Uma escravidão à qual nos candidatamos com prazer”
“Apesar das circunstâncias separarem os amantes, Ignácia dá a Diego um elixir e uma promessa: se estiveres vivo então eu estarei viva. Nunca desistas de me procurar”
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“Quem ama verdadeiramente demora a esquecer”
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“- Então o amor é uma escravidão?
- Uma escravidão à qual nos candidatamos com prazer”
E depois, fala-se muito do cacau e do chocolate, da forma e da cor, da textura, do aroma e do paladar. E, de forma inevitável, lembro-me de África e da primeira vez que provei cacau fresco no decurso de uma caminhada em STP, cujo percurso passava por cacauzais, que admirei as diferentes tonalidades da casca, que senti o sabor, inicialmente estranho e depois viciante. E quando, numa outra caminhada fomos conhecer o processo de secagem do cacau: a maturação do fruto em tabuleiros imensamente grandes e catalogados por tempos e o cheiro intenso, nesta fase pouco agradável; os fornos e o calor aromático, saboroso e apelativo; o armazém onde era ensacado. Uma experiência fantástica e que transbordou de sensações. Tal como no livro, os sentidos estavam no pico.