Há quem faça colecções de selos, de chávenas, de penicos, de canetas, de abre-livros, de relógios, de armas, de caixinhas, de dedais, de leques, de cromos, de vasos, de animais, de brincos e de anéis, de óculos, de postais ou de jornais antigos, temáticos e regionais. Há colecções originais e outras mais vulgares. Na verdade, desde pequena que nunca fui dada a colecções, porque requeriam uma atenção que nunca quis dar a objectos. O meu cuidado sempre esteve mais associado às pessoas e aos animais e, talvez por isso, nunca tenha percebido bem a dedicação de algumas pessoas em relação a um conjunto de folhas ou de peças, por mais raras que elas fossem, passando horas a observá-las com admiração, a limpá-las e a arrumá-las em local de destaque, não permitindo que outras pessoas lhes tocassem.
Mas desde que fui a África pela primeiríssima vez – aqui fica a homenagem a Guiné Bissau - rendi-me ao encanto de uma peça de artesanato e, sem dar conta, em cada incursão que fui fazendo a países africanos, ia comprando exemplares, diferentes e únicos, que hoje se transformaram numa colecção em constituição. O objecto que provocou os meus sentidos, captando a minha atenção, foram os pensadores em madeira. Hoje tenho-os de todas as coresm feitios, tamanhos e graus de perfeição. Uns são mais estilizados do que os outros, dos mais pequenos aos maiores, esculpidos em madeiras características de cada uma das regiões por onde fui passando, pelo que têm também tonalidades diferenciadas. Mas são lindos e, pela sua diversidade, resultam num conjunto muito harmonioso.