Hoje olhei para o céu e vi, uma vez mais aqueles pontinhos brancos e brilhantes espalhados no fundo escuro. Chamam-lhes estrelas e dizem que vivem numas famílias chamadas constelações. A verdade é que o céu fica muito mais bonito quando elas aparecem, dando-nos a ideia de estar habitado por seres tão importantes que brilham, onde quer que estejam, até no escuro, tornando-se guias e pontos de referência para nossa orientação. Algumas são conhecidas por quase todos e gostamos de as identificar, quando observamos aquela infinidade de luzinhas lá no alto, porque nos fazem sentir confortáveis.
Um dia, num país muito distante, onde tudo é tão diferente, numa das Áfricas por onde andei, olhei o céu e senti-me perdida só por não ver as minhas amigas, as luzinhas brilhantes, organizadas da forma de sempre. Elas estavam ali, muitas mais do que as que via no "meu céu", mas eram para mim simpáticas desconhecidas, desenhando formas diferentes que eu jamais conseguiria entender e perguntei a alguém que estava a olhar o céu, tal como eu, onde estava Vénus, e a Ursa Maior, e a Ursa Menor, e... alguém respondeu-me que o céu ali era diferente. O céu que eu procurava tinha ficado lá mais para cima, num local bem acima do Equador, essas eram as estrelas do Norte, mas as que eu via eram as estrelas do Sul.
E assim, tentei explicar a uma criança, que gostava de observar as estrelas todas as noites, e que nelas via janelas abertas para o Mundo, que o céu, tal como tantas outras coisas, é diferente em função da perspectiva que temos quando o observamos...