sábado, 8 de setembro de 2012

A visão das emoções

Sim, era possível alguém encantar-se por outro alguém com rapidez ultra-sónica. Não sei se esses sentimentos seriam paixão, diria que não, que não passariam de um deslumbramento estimulado por uma solidão anterior acoplada por uns rasgos de atenção, nem sempre regulares e contínuos, e sobretudo alimentados pelo aliciamento do "descompromisso" que apenas os locais de passagem permitem a quem, mesmo que involuntária ou inconscientemente se deixa levar por eles. São Tomé e Príncipe tinha e continua a ter essa factor quase místico que permite às pessoas sentirem de forma diferente tudo o que é normal em vivências efémeras e tão fugazes que se ocorressem noutro contexto jamais seriam marcadas pela diferenciação. 
Hoje tenho esta visão mais do que clara como se fosse a evidência das evidências e é bom viajar para as ilhas com a plena consciência do efeito que provocam. É como se, ao olhar para os outros, conseguisse rever situações que eu própria vivi e  que não me dão a capacidades visionárias mas que talvez me permitam ser um pouco mais cautelosa. Nem todos realizam esta ideia apenas porque não se deram ao trabalho de observar e analisar o que se passa. E regressam sempre - uns mais cedo, outros mais tarde porque ainda por lá permanecem uma temporada - com a sensação de que aquela foi a experiência das suas vidas, que os sentimentos que julgam ter sentido são os mais sinceros e profundos e que conseguirão perpetuar o que não passou de um simples contacto. E não podem nascer sentimentos verdadeiros? Podem mas o que tenho visto, ao longo do tempo, não é a sinceridade emocional...  
É talvez esse o maior deslumbramento das ilhas: estimulam a capacidade de sonhar, acreditar e tentar realizar. E enquanto se sonha... vive-se...

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...