quinta-feira, 31 de março de 2005

A gula e o Anisakis

Já aqui falei do Anisakis que me acompanha e que nunca me abandona, dia e noite. A minha alergia alimentar, ao peixe e mariscos, mas que pode activar com qualquer elemento alergénico e libertador de estamina. Pois é, foi detectado em idade adulta depois de me provocar angioedema, vulgo inchaço na cara e garganta associado a manifestações dérmicas e gástricas.
O meu mal é ser completamente louca por peixe mal passado, aquele que fica bem agarrado à espinha, depois de grelhado, com os lombos suculentos e deliciosos. E marisco... qualquer um, desde percebes a lagostins, passando pelas gambas, de todos os tamanhos e cores, e pelas ameijoas.
Como sei os riscos que corro, normalmente porto-me bem e ando em pé à conta de carne, massas e legumes. Mas, de quando em vez, decido comer e pronto, tenho momentos de prazer gastronómico acrescidos pelo aguçar do paladar e da expectativa de que um dia não sentirei os terríveis e assustadores efeitos. Como e delicio-me, saboreio lentamente como se fosse um dos últimos prazeres desta vida e que por isso tem de ser bem aproveitado. E é quase imediato. O meu sofrimento recomeça uma vez mais para que nunca mais me esqueça da apreensão que me causam a rouquidão e a grossura na garganta, a dormência no lado esquerdo do corpo e os enjoos seguidos de maratonas para a casa de banho. E tudo por causa da "gula"...

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...