domingo, 31 de dezembro de 2017

Adeus 2017... Olá... 2018...!!!!

2017, desculpa-me a sinceridade, mas despeço-me de ti com um sorriso. Apesar de tudo, gostei de te conhecer, trouxeste-me desafios, novas oportunidades, levaste-me até outros locais e permitiste-me conhecer muitas pessoas, umas interessadas, outras interessantes e outras menos, muito menos. Mas, no geral, foste um ano duro, puseste pedras no caminho que fui trilhando com maior frequência do que eu desejaria - alguns pedregulhos até - e nem sempre foi fácil contornar todas as dificuldades, sobretudo porque o meu caminho teve também subidas e descidas em épocas de calor intenso e de algumas tempestades. Sim, tens razão, não me posso queixar porque não tropecei nestas pedras, nem caí, e, com maior ou menor esforço, consegui retirá-las ou contorná-las, mas criaste em mim a vontade de olhar em frente e seguir caminho sem lamento ou pesar. Agora deixo-te ir com o passar do tempo e, acredita, os minutos vão correndo à minha frente como se estivessem com pressa. Apetece-me ficar apenas a ver-te partir dando lugar ao novo, à expectativa, à vontade de seguir o caminho porque o futuro constrói-se para a frente. Eu sei, tens razão de novo, o teu sucessor não vai iniciar de forma mais fácil ou ligeira do que tu partes, mas a esperança acompanha-o e só por isso... é, para mim, diferente. 
Adeus 2017, foi bom ter tido a oportunidade de privar contigo e agradeço-te tudo o que me deste. Resta-me dar as boas vindas a 2018, que vem carregado com o brilho do sonho...

domingo, 11 de junho de 2017

A escrita e os artefactos

Para quem gosta de escrever uma caneta é a extensão de si próprio e um caderno o seu reflexo. São objectos especiais e, por isso, tratados com infinito e profundo carinho. Quando, num acto de boa vontade, emprestamos a nossa extensão e, por distração ou confiança excessiva, a perdemos de vista e para sempre, sentimo-nos devastados pelo sentimento de perda, ficamos sem rumo, desasados, a flutuar em suspensão como se, de repente, caíssemos em queda livre.
A caneta partilhou momentos únicos e foi através dela que os sentimentos mais escondidos ganharam vida, as sensações e as primeiras impressões foram traduzidas naquelas páginas em branco dando-lhes forma e sentido. Apenas os que gostam verdadeiramente de escrever compreenderão este desassossego de alma.
A relação que se estabelece com uma caneta é de grande proximidade, cumplicidade até, por isso é escolhida com grande critério. Como em tudo nesta vida, também no que toca às canetas, não serve qualquer uma, precisa de ser leve e de toque ligeiro porque só ela sabe como tornear um éle ou um ésse, ou como fechar um ó tornando a letra ora arredondada, ora recortada mas direita, fluída e sem emendas.
Escrever é bom, terapêutico, reconfortante e com a caneta ideal melhor ainda. Fico desorientada quando alguém, sem pedir, pega na minha caneta e a leva, supostamente, emprestada para dar uma voltinha sem a devolver de seguida. É uma falta de respeito e de consideração. Raptam a minha caneta, que nem gritar consegue, e quando se fartam da sua companhia descartam-na para um qualquer caixote de lixo qualquer. Roubaram-me a última, uma Pilot recarregável, que tinha uma escrita fabulosa – leve, fina, imitando a tinta permanente sem ser de aparo e com escrita de roller-ball. Era de tal forma fantástica que a levaram sem aviso ou agradecimento. Fiquei com duas cargas para recordação.
Há uns dias regressei ao local onde a comprei, mas a nova remessa só chegará com a rentrée da escola. A solução para o meu vazio foi comprar uma outra que pudesse corresponder às minhas imensas expectativas. Não podia ser dura nem ter escrita difícil, nem eu poderia vê-la apenas como um instrumento com uma função a cumprir por obrigação. Afinal, trata-se da minha extensão, pelo que tem de ser objecto da minha atenção e cuidado. E acabei por comprar uma de aparo linda e inspiradora. Nem eu própria imagino o que será capaz de escrever…

quinta-feira, 11 de maio de 2017

A internacionalização de Lisboa. Paradiplomacia de uma cidade

Motivo de ORGULHO!!! Um projecto que deu um infinito prazer multiplicado por muito trabalho, stress qb e um verdadeiro espírito de colaboração entre os membros da equipa. Um trabalho que resultou de grande esforço e cujo produto final me dá a sensação de dever (bem) cumprido. Obrigada aos colegas e ao sempre atento coordenador :-)
E o livro trata os seguintes temas:
Prólogo - Luís Moita
As cidades como atores das relações internacionais - Sofia José Santos
Lisboa e os nós da internacionalização - Fernando Amorim
A paradiplomacia de uma cidade: a internacionalização de Lisboa nas últimas quatro décadas - Luís Moita
Quando Lisboa fica na moda: a explosãoturística - Brígida Brito
A cultura e os processos de interculturalidade - Célia Quintas, Brígida Brito e Helena Curto
A sustentabilidade ambiental como valor transfronteirço - Brígida Brito
A competitividade económica através da inovação tecnológica- Carlos Morais
Lisboa cosmopolita - Maria João Mortágua e Madalena Romão Mira
As novas edições Observare serão apresentados dia 17 de Maio às 18h, na UAL. "A Internacionalização de Lisboa, Paradiplomacia de uma cidade" já disponível online em http://repositorio.ual.pt/handle/11144/3006

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Porque a vida é estranhamente incompreensível...

Porque a vida é estranhamente incompreensível. 
Porque a passagem é sempre um momento que não conseguimos entender e o sofrimento, que tantas vezes está associado, é tão difícil de aceitar. 
Porque quando as pessoas estão na força da vida, gostam de viver, são alegres e disponíveis... mais difícil é aceitar que o momento de partir chegou. 
Adelina Pinto fez hoje a sua passagem depois de ter aceite muitos desafios, um deles, o maior talvez, de lutar infinitamente contra a porra de uma doença... 
Uma certeza levas contigo: tu marcaste positivamente a vida de todos os que te conheceram, Lina. RIP...

domingo, 23 de abril de 2017

Kuma di curpo... curpo sta bem

Ontem foi o dia em que conversei calmamente com um amigo que partiu porque teve de se ausentar deste mundo por ter sido chamado para outras missões. Foi o dia em que lhe agradeci por me ter presenteado com a sua amizade, por ter acreditado em mim, por nunca me ter julgado ou criticado, por sempre ter tido uma palavra amiga, um olhar compreensivo, um sorriso acolhedor e por ter reservado para mim um abraço quando mais precisei. Sei que não foi uma despedida. Não gosto de despedidas, não gosto de dizer adeus e, em boa verdade, acredito que ele se transformou numa estrela e que posso continuar a conversar com ele porque, onde quer que ele agora esteja, irá ouvir-me. Também acredito que um dia nos voltaremos a encontrar e com um sorriso diremos “kuma di curpo… curpo sta bem”.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Uma notícia triste


  
O meu querido amigo Abílio Coutinho fez a sua passagem. Dia triste para a Terra e feliz para o céu e as estrelas. Homem bom, amigo do coração. Foi um importantíssimo agente de cooperação com STP, ao abrigo do PAMEA, na área agrícola, com a Guiné-Bissau, na delegação da Comissão Europeia, em Timor-Leste, em Angola, entre outros locais com os quais colaborou voluntariamente, Viveu e dinamizou com o seu espírito conciliador, a Roça Agostinho Neto entre 2000 e 2002, mais ou menos.


Abilinho, sentirei a tua falta mas sei que estás em paz. Tive o privilégio de te conhecer bem e posso dizer com certeza que foste um grande AMIGO para mim e também foste para todos os que foram teus amigos,ou simples conhecidos. Viveste a vida como uma pessoa de bem. Estarás para sempre no meu coração. Até um dia Amigo!

sábado, 15 de abril de 2017

Vai de vela... ou a pé, digo eu...

Questiono-me "ad infinitum" porque é que tenho de aturar gente burra com a mania que é esperta, gente sem graça com uma percepção distorcida de si própria ao se sentir humorista ou piadista, gente básica no comportamento que se revê no intelectualismo do discurso, gente ordinária com a estranha auto-leitura de ser educadora, Há que ter uma paciência infinita e não creio que eu tenha nascido num dia em que a dita reinasse. É por essas e por outras que quando alguém ultrapassa o limite da minha paciência, como o outro diria cheio de propriedade "vai de vela"... ou de barco, ou de skate, ou de bicicleta.... ou a pé, digo eu...

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Há coisas que me enervam profundamente e que transbordam o pior de mim

Há coisas que me enervam profundamente e que transbordam o pior de mim... o arrulhar dos pombos no telhado do meu prédio logo pela manhã, porque uma vizinha teima em alimentá-los. Aquele som repetitivo e monocórdico sucessivamente a martelar os ouvidos e a profundidade do cérebro deixa-me louca.... Eu sei que não é bonito para uma pessoa que tanto defende o ambiente, mas um dia passo-me... Mas há mais... 
Alguém me pode explicar porque é que habituaram as criancinhas até aos 3 ou 4 anos a guinchar rastejando pelo chão em locais públicos??? Em casa deve ser uma festa... Eu gosto de crianças, acho-lhes imensa piada e quando as vejo não resisto a meter-me com elas. Mas ninguém consegue pedagogicamente explicar aos pais que as crianças não são macacos, apesar de terem adquirido o hábito de reproduzirem alguns sons e comportamentos??? Não é bonito, reconheço, mas quando o som estridente interfere com os meus condilos não me contenho e guincho mais alto até as ditas criancinhas pararem estupefactas. Resulta, garanto-vos!
Também me parece de mau gosto que alguns supostos casais andem pelas escadas rolantes de centros comerciais literalmente a "devorar-se" como se todos nós tivéssemos de certificar o quanto se amam. Essa não é a esfera da privacidade e da intimidade de cada um...????!!!! Dá vontade de dizer simplesmente: "OK, vocês amam-se, são lindos e dão-se bem. Porque não vão para casa ou para um local mais privado para dar azo à imaginação e criatividade???? Até para ir ao cinema escolhemos o filme...".
Hoje o dia teve de tudo... qualquer uma destas cenas faz emergir... transbordar o pior de mim... E isso não é bonito porque na maioria das vezes não faço nada, mas os meus pensamentos são péssimos... e como estamos na Páscoa... não deveriam ser... não é????

Desabafo ambiental...

Numa sessão de abertura de uma acção de formação que decorreu há uns 3 anos em São Tomé e Príncipe, um então ministro disse com inteira razão:
1. "Os atentados contra a natureza são atentados contra a própria vida"
2. "Transformar STP numa plataforma verde de espaços e serviços não é compatível com o ecocídio"
3. "Este e o arquipélago em que homens trouxeram plantas e as plantas trouxeram outros homens".
E para finalizar:
4. "Educar os mais novos para que não tenhamos de punir os mais velhos"
Nunca tinha eternizado" estas palavras, guardava-as para mim no meu caderno que, na época, me acompanhava e que tenho o hábito de revisitar anos depois, altura em que as palavras escritas ganham força e importância. Hoje foi o dia de reler algumas palavras antes escritas e estas fizeram mais sentido do que qualquer outras. É preciso, fundamental, pulverizá-las' esperando que a difusão ajude a uma maior interiorização, passando das palavras aos actos... sustentáveis... Tudo isto à conta da introdução de produção transgénica em São Tomé e Príncipe. Uma verdadeira atrocidade.

Assinar uma petição faz sentido quando o fim é social e/ou ambientalmente justificado. É o caso. VOTEM!!!!


segunda-feira, 10 de abril de 2017

Quando deixará de ser assim...?!

... com a cabeça a mil... muitas tarefas, pouco tempo, algumas preocupações... o pensamento flui com uma rapidez alucinante, saltando de assunto
para assunto... quando deixará de ser assim...?

sábado, 8 de abril de 2017

Há lugares que nos fazem ser melhores...

Há lugares onde nos sentimos tão à vontade que é como se sempre tivéssemos vivido neles. A luz, a temperatura do ar, o ritmo das pessoas, a alegria espelhada nos sorrisos abertos e na expressão dos cumprimentos. À distância de uma boa quantidade de quilómetros, percebo que neles poderia ter vivido desde sempre, ou poderei viver um dia...
Deleito-me a ouvir as pessoas tagarelar e a tentar entender o que dizem. Encanto-me quando as observo caminhar procurando antever como vivem e se relacionam, como se tivesse a capacidade de presenciar alguns momentos das suas vidas, que imagino preenchidas.
Quando o sol nasce intenso, redondo, grande e cor de fogo, e projecta luz e calor para as ruas, tenho a sensação que aquele é o espaço ao qual pertenço. Há cidades que fazem transparecer a essência das pessoas, porque se adaptam, colam, moldam... Há cidades onde a vida se faz com a facilidade de um sorriso. Há lugares que nos fazem ser melhores porque muito mais felizes…
em 21/11/2014

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Relembrar o passado é vivê-lo duas vezes...

Relembrar o passado é vivê-lo duas vezes. Retomar conversas que ficaram inacabadas, incompletas, suspensas. Refrescar momentos de forma isolada, como se fosse possível cortar alguns pedaços do tempo, apenas os que nos interessam. As lembranças chegam até nós em flashes, acompanhadas pelo antes e pelo depois, e isso nem sempre é bonito. Mas é engraçado – e estranho ao mesmo tempo – como, passado tanto tempo, os momentos que vivemos, os bons e os pesarosos, nos visitam aos trambolhões como se fossem empurrados por um qualquer pontapé.
Gostava de acreditar que o passado não se revive, apenas se revisita, mas sempre que a memória me puxa até alguns tempos idos percebo que sinto uma parte do que me lembro ter então sentido. O medo de perder, a emoção exacerbada apertando o coração obrigando-o a pular descompassadamente, a ansiedade do atraso e a angústia da ausência, mas também o entusiasmo descontrolado e a percepção de que o tempo pode parar por instantes sempre que a felicidade me invade. O arrebatamento do primeiro toque e das carícias iniciais da descoberta na pré-aproximação. O primeiro beijo e o segundo, e os restantes até ao último. O envolvimento desde a primeira entrega, a sensação de que a pele pode queimar com um simples toque. E todas as outras envolvências até deixar a rotina se instalar e permitir que o desinteresse se aproxime. Recordar faz-me sentir a intensidade do momento que passou e vivê-lo uma e outra vez mais…

16/08/2015

quinta-feira, 6 de abril de 2017

13 anos irregulares

Acabei de realizar que este blog tem 13 anos, mais coisa menos coisa. 13 anos de muitas palavras passadas através de um post, de muitos sentimentos exteriorizados, de muitas fotografias que, no geral, valem bem mais do que as palavras. 13 anos de desabafos e gritos ensurdecedores, por vezes. 13 anos de palavras envoltas em emoções felizes. 13 anos com mais de 330.000 visitas, o que dá cerca de 26.000/ano. Não percebo ao certo se é muito ou pouco, mas dado que a irregularidade na escrita tem marcado a minha actuação... sinto-me orgulhosa. Muito orgulhosa! Obrigada pelas visitas e continuem a aparecer :-)

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A noite...

A noite está amena, o céu brilhante e estrelado, a aragem morna a lembrar o início do tempo quente. As estrelas acompanharam o passeio relembrando-me as diferentes paisagens nocturnas que marcam o meu céu de casa e o meu longínquo céu africano...

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...