sábado, 31 de dezembro de 2016

Paradoxos gastronómicos, entre outros...

Cada vez sei menos se a maioria gosta da gastronomia da época. Eu gosto de quase tudo. Gosto de bacalhau cozido com batatas, couves e grelos, além de todas as outras formas de o confeccionar. Gosto de peru e de cabrito. Gosto de doces de Natal. O prazer de uma mesa farta nesta altura do ano deleita-me os olhos e os sentidos. Talvez mais os olhos do que o estômago porque, em boa verdade, não como em excesso, mas provo um pouco de tudo. Mas, para mim, esta época tem paradoxos gastronómicos e tudo seria tão mais fácil de entender se fossem só relacionados com os paladares e o estômago. Por exemplo, não gosto de frutos secos apesar de gostar muito mais de bolo rainha do que de bolo rei. Adoro sonhos, particularmente de leite, bolinhos de jerimu e fatias douradas. Lembram-me a infância, época em que a vida corria leve e alegre. Mas não consigo perceber a razão porque chamam às boas das fatias, mergulhadas em leite antes de serem fritas e envoltas em açúcar e canela, rabanadas ou fatias paridas. Que nomes mais infelizes e de associação pouco adequada. Dá-me uns nervos inexplicáveis e sempre que oiço tais expressões quase entro em estado de loucura violenta. Até posso perceber que a justificação seja a forma como são fritas, mas não fico convencida, são denominações feias e deselegantes.  E depois há a história do marisco abundante na noite da passagem de ano. Fartura não é necessariamente loucura. No dia de hoje uma visita ao supermercado resulta num êxtase desassossegado. Filas e encontrões, pessoas mal educadas armadas em finas atropelando-se umas às outras numa correria desenfreada para garantirem que chegam ao balcão antes dos outros porque supostamente querem o último camarão da bancada, sem perceberem que algumas pessoas estão ali apenas para comprar alface, tomate cherry, cebolinho e outros artefactos, mas não querem marisco e que, por isso, não representam concorrência. Poupem-me a esta estupidez nacional que parece só comer, beber e viver nesta noite! 

sábado, 24 de dezembro de 2016

O Natal pode ser um "lugar estranho"

De ano para ano, o Natal tem-se transformado num "lugar estranho". Sim! Eu era uma daquelas pessoas que vibrava com esta época e que passava uma parte do ano a pensar no quanto este momento era saboroso. Nos aromas e nos paladares mudou pouco e pode até continuar a ser aromático e saboroso, mas as vivências têm mudado e perderam uma grande parte da graça. Tudo tem uma razão de ser, ou mais do que uma... Algumas pessoas que aqueciam o meu Natal partiram, o que retirou alguma graça a estes dias e depois... parece que a loucura se instalou no modus vivendi levando a maioria das pessoas a "passar" pelo Natal de forma abrupta, rápida e passageira sem se aperceberem do que a época tem de melhor. Não se vive a companhia, não se partilham momentos, não se (re)constroem relações. Não há tempo para escutar música de Natal e os cinemas não têm filmes quentinhos e leves. Ao contrário, atropelam-se os afectos, aniquilam-se as emoções, empurram-se as oportunidades. A vida acelera porque a temporada é curta e tem de ser gozada, mas não vivida. O Natal que eu aprendi a gostar desde pequena, quente, doce, aconchegante fugiu-me, já cá não está, e o que ficou é, sem dúvida, um "lugar estranho"... 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Lições a retirar dos JO Rio2016

Depois de assistir atentamente a uma grande parte dos JO do Rio2016, há algumas lições que quero e vou reter com a máxima atenção...

nº 1: o sucesso depende principalmente da persistência
nº 2: a sorte aliada ao esforço permite alcançar um bom resultado
nº 3: nunca se deve assumir a vitória antes da sua concretização
nº 4: a impossibilidade de alcançar a vitória não significa ausência de mérito
nº 5: é fundamental aproveitar as oportunidades no momento certo
nº 6: saber perder é tão importante quanto saber ganhar
nº 7: desistir não é uma estratégia para o sucesso e/ou a felicidade

terça-feira, 7 de junho de 2016

Saudade de "alguém"...

Há músicas, tão mas tão magníficas, que me inspiram sentimentos profundos e fazem ter vontade de... ter saudade de "alguém". E de tão inspirada... a saudade acaba por chegar e os momentos felizes vão passando à frente dos meus olhos, ora abrindo sorrisos, ora criando uma lágrima... Saudades tuas, saudades de ter saudades de ti... 
APRENDER A SORRIR - Vanessa da Mata e António Chainho.
"A tradição diz que a saudade é coisa infeliz
Mas eu não sei se o que ela diz 
é para escutar com atenção
Posso afirmar que não é triste lembrar alguém
que toda a vida nos fez bem
e agora foi noutro lugar
Meu Deus do Céu, como é bom quando a saudade vem
Meu Deus do Céu como é bom ter saudade de alguém
E se amanhã a vida nos separar aos dois
Quero que você veja depois
como a saudade é coisa vã
Eu quero ser uma lembrança mas tão feliz
que quando a dor estiver por um triz
seu coração irá dizer
Meu Deus do Céu, como é bom quando a saudade vem
Meu Deus do Céu como é bom ter saudade de alguém
E se amanhã a vida nos separar aos dois
Quero que você veja depois
como a saudade é coisa vã
Eu quero ser uma lembrança mas tão feliz
que quando a dor estiver por um triz
seu coração irá dizer
Meu Deus do Céu, como é bom quando a saudade vem
Meu Deus do Céu como é bom ter saudade de alguém
ter saudade de alguém
ter saudade de alguém"

sábado, 2 de janeiro de 2016

O ano velho passou e o novo chegou...


O ano velho passou e o novo chegou até mim com uma única certeza: a de querer viver de forma tranquila, pacata, sábia. Aprender a fazer as escolhas certas e a tomar as decisões adequadas tem sido uma tarefa que, ao longo de perto de meio século, a vida me foi demonstrando ser difícil.
Viver com tranquilidade requer sabedoria e a sabedoria resulta da aprendizagem e a aprendizagem supõe experiência e ter experiência significa que vivi. É para isso que me tenho vindo a preparar, para viver com a tranquilidade sábia que vou aprendendo através da experiência que a vida me permite ter.

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...