segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Once again... o medo reina em Bissau

Não, não parece ser justo e, em boa verdade, não é. A Guiné-Bissau está de novo a viver sob o clima do medo... Ataques verdadeiros ou supostos, mortes, perseguições, detenções e desaparecimentos com ou sem mais mortos. Está prestes a instalar-se o clima do terror. Ninguém merece viver assim, a pensar que um qualquer dia pode ser o seu e que esse dia está tão próximo que pode ser o já e o agora. Ninguém - ou quase - gosta de pensar no dia em que tudo muda.
Tenho para mim que viver com insegurança e na incerteza não é viver. É como se soubéssemos antecipadamente em que dia iríamos morrer e ainda com a certeza de termos o bónus da tortura mais ou menos violenta. Pior do que sentirmos que esse era o nosso fado seria olharmos para os que queremos muito e de quem gostamos porque são a nossa essência e sabermos que esse era o seu destino. Não queremos sofrer, e muito menos sem percebermos porquê, mas imaginarmos que os que mais amamos nesta vida estão a sofrer... faz-nos sofrer duplamente. É de enlouquecer a mente mais sã...
Viver em clima de medo permanente, a pensar que o que quer que seja pode acontecer, ver os dias a fugirem como se um qualquer monstro corresse desenfreadamente atrás de nós não é viver. É sobreviver aos impulsos, aproveitando os minutos que nos deixam como se fosse uma benesse. É olhar os dias a prazo e sabendo que a validade está a expirar...
E a pergunta que repito vezes sem conta, com o aperto no coração que sentimos quando ao olharmos para o que gostamos vemos possibilidades reais de destruição, é: quando é que o povo guineense terá paz, uma paz desejada e merecida..?! Porque tudo o resto não passam de pormenores que alguns procuram perpetuar sem sentido... 
E ainda me dá vontade de dizer bem alto para que todos oiçam: OLHEM AS CRIANÇAS NOS OLHOS E DIGAM-LHES, POR FAVOR, QUE ELAS SÃO O FUTURO DE UM PAIS FANTÁSTICO. NÃO AS DESILUDAM... POR NADA...

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...