domingo, 16 de março de 2008

Bufff...!

Viver com alergias alimentares não é fácil. Se houver muito cuidado com o que se come, passa-se bem durante um tempo só que, como em quase tudo nesta vida, de vez em quando apetece pisar o risco, fazer uma ou outra tentativa e saborear os paladares quase esquecidos que se tornaram proibidos. Assim têm sido os meus dias desde que, há uns 7 ou 8 anos se percebeu que eu andava acompanhada por um Anisakis.
Não foi fácil conformar-me com a ideia de ter restrições alimentares importantes porque gosto de peixe, mal passado ainda por cima, de mariscos, chocolate, ananás, laranja, fiambre e enchidos em geral, carne de porco, morangos e frutos silvestres, entre muitos outros alimentos. Na altura passei a andar com uma caixa de anti-histamínicos atrás de mim e, quando viajava principalmente para África, de corticoides e de uma injecção de adrenalina para auto-aplicação, chamada Epipen. As crises foram-se sucedendo e eu fui-me deixando dos cuidados iniciais, sabendo que o risco aumentava na proporção do número de ocorrências. Habituei-me a viver assim: crises seguidas de cuidado e muita atenção acompanhadas de uma boa dose de anti-histamínicos, por vezes de corticoide e enervamento qb. Depois... novo “abuso” e nova crise.
Na verdade fui mais do que avisada pelo alergologista de que o edema da glote pode ser imprevisível nas consequências e quando penso nessa possibilidade o desconforto aumenta. Os sintomas têm vindo a aumentar e a sensação de grossura na garganta com rouquidão são os menos simpáticos de todos. Pois são esses que tenho sentido mais intensamente e de forma mais regular.
A minha alimentação passou a ser quase exclusivamente carne, legumes, cereais e tubérculos. Não, não me apetece virar vegetariana. Não tem a menor graça para quem gosta muito de comer... Hoje o meu mal foi assar um chouriço para petiscar antes do almoço e no final comer uns quadradinhos de chocolate. Mas isto... virou um desassossego!!!

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...