sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Venturas e desventuras do meu Bogas

O meu Bogas está velhote e, nem por isso, gosto menos dele. Há carros assim, que nos marcam e com os quais ganhamos afectividade, humanizando-os um pouco. O meu Bogas tem-se portado bem e não me tem dado grandes problemas até à data. Há uns dias começou a fazer um barulhinho muito pouco simpático que eu, não percebendo nada de mecânica, achava que era simplesmente o tubo de escape roto. Não me preocupei muito, sabendo que tinha de lhe tratar daquela ferida, da qual ele se tinha começado a queixar. Mas como não pensei que fosse nada de grave, deixei a coisa andar um dia, e mais outro, e outro mais... conclusão, ontem, pela manhã, ia na A5 a caminho de Lisboa, porque tinha um dia de reuniões importantes e, como quase sempre nestes dias, qualquer coisa aconteceu.

Ouvi um barulho, como que de uma peça a cair, parei de imediato na berma, fui ver e... lá estava o tubo no chão. Brilhante, pensei. Saí vesti o coletinho verde, como cidadã cívica, e fui colocar o triângulo a uma distância que pensei ser a adequada, mas na berma e voltei para junto do Bogas. Quando cheguei ao carro, passou um daqueles camiões simpáticos, a velocidade de tal forma adequada que projectou o triângulo em voo. Eu nem podia acreditar no que via e, devo confessar, fiquei a maldizer os condutores que não se preocupam com uma mocinha, não loura, parada na berma da autoestrada de colete vestido e com ar de infeliz, stressada e cheia de frio, com medo de entrar para o carro por haver a desagradável probabilidade de levar com um qualquer menos prevenido. Bem, lá regressei para o colocar na posição certa: melhor do que nada, o voo do triângulo fez com que se partisse e ficasse desconjuntado, pondo à prova a minha fraca capacidade engenhosa de o manter direitinho durante o tempo que ali tivesse de permanecer.

Liguei para o ACP (ainda bem que existe!!!) e depois de ter alguma dificuldade em me fazer ouvir, dado o ruído que a velocidade dos carros provocava, o pedido de reboque ficou registado com a garantia do apoio demorar no máximo 30 minutos a chegar. Ao fim de algum tempo, lá consegui sair dali, depois do reboque ter chegado, seguido da minha mãe que, mais uma vez, me salvou de uma situação difícil, e consegui chegar à primeira reunião com cerca de meia hora de atraso e muito stress junto. Hoje, no final da manhã, acabei por saber o diagnóstico do Bogas: pior, muito pior do que eu poderia ter imaginado. Não, não foi o tubo de escape... foi mesmo o catalizador que se partiu, o que resulta num arranjo de 400 euros, e em demora até estar pronto porque a peça teve de ser encomendada para Espanha.

Bogas... estás a começar a dar-me que pensar... gosto tanto de ti, rapaz, mas em tão pouco tempo já foram 500 euros para a revisão, 600 euros para pneus e agora 400 euros para o catalizador... a coisa não está a correr bem para o teu lado na transição de 2005 para 2006...

 

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

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