quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Sobre a amizade

Há temas que são redundantes e de passagem obrigatória quando um homem e uma mulher se encontram, se conhecem e convivem durante um certo período de tempo, podendo ou não ter tido uma relação afectiva de proximidade, com revolução de sentimentos pelo meio, mais ou menos exteriorizados e partilhados com reciprocidade. Um desses temas incontornáveis é: É POSSÍVEL A AMIZADE ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER, SEM QUE A ATRACÇÃO SE IMPONHA E PREVALEÇA? Ou seja, É POSSÍVEL QUE SE CONTINUEM A RELACIONAR COMO SIMPLES AMIGOS? É engraçado que ainda não cheguei a conclusões brilhantes porque o debate destas ideias peca por falta de coincidência e de acordo entre as partes.

A verdade é que sempre quis acreditar na viabilidade deste tipo de relações. Afinal se partilhámos a vida de alguém, no que ela tem de bom e de mau, de forma oficializada ou não, se conhecemos os seus problemas, os desejos mais profundos e mais escondidos, as maiores qualidades e os piores defeitos, e se sempre fomos aceitando e procurando compreender os pequenos grandes quês de cada um, porque não poderemos continuar amigos, depois de percebermos que não podemos continuar como mais do que isso?

E aqui fica a minha dúvida... não será a amizade também uma forma de amor, de atracção e de eternização dos sentimentos que, por uma qualquer razão, não podem ser continuados de forma sexuada? Será necessário riscar as pessoas do sexo oposto, principalmente aquelas que já nos atraíram, do nosso cosmos amigável e relacional? Teremos de deixar de nos encontrar, de conversar e de partilhar preocupações e receios, dúvidas e problemas, sucessos e alegrias?

Não, eu não quero pensar assim, apesar de ter a mais completa noção de que a maioria pensa. Eu quero continuar a ter amigos homens e nesta categoria obviamente quero incluir os motivos da minha revolução afectiva!

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

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