sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Analogias...


A propósito dos invólucros alimentares, já estou como o outro quando dizia “não sei se vá, não sei se fique...”. É que isto há coisas que baralham a cabeça a uma simples e quase básica mocinha... Pensamos nós que somos, ou fomos, importantes para alguém e quando damos por nós passamos a ser classificadas em função de terminologia comparativa que até poderia envaidecer-nos dadas as justificações que complementam o atributo. Mas afinal não... é que a sensação, ao ouvir as razões, é tão desconcertante que o resultado é quedar incrédula, boquiaberta e de olhar estarrecido e fixo no interlocutor.
- Comparar-te com um pacote de sumo não é a melhor forma de te definir. Na altura certa, foste muito mais uma garrafa de vinho tinto do género “Cartuxa 1996”, forte e intenso, que me inebriou, levando-me a cometer todas as loucuras possíveis, as imaginárias também, já para não falar nas impensáveis. Ou podia ainda imaginar-te uma tablete de chocolate recheado de praliné, ou de ginjas, envolvente e doce, de sabor prolongado e toque suave, que me saciava a carência e confortava os afectos, mas que nunca era demais porque eu preciso muito de açúcar, tu sabes.... Tu foste muito, muito mais do que podes pensar e serás sempre, apesar de não poderes ser como gostarias. Não penses em excesso em tudo isto porque pode parecer-te confuso. Aceita apenas o que te digo...
E assim ficámos conversados, talvez não para a vida, mas pelo menos para já. Há coisas sobre as quais não vale a pena pensar muito porque o desgaste não se revela compensador. Afinal, as analogias podem não ser brilhantes, não o são certamente. Mas uma coisa é certa, gosto muito de Cartuxa, e aquele de 1996 revelou-se na realidade magnífico, diria mesmo inesquecível. E também gosto muito de chocolate. Dois alimentos que também eu relaciono com África, a minha, de Todos os Sonhos e onde se realizaram alguns.

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...