quinta-feira, 19 de maio de 2005

Reflexão

Com regularidade, mas não tão frequentemente quanto gostaria, viajo pelos blogs que me introduziram neste mundo da escrita partilhada. E já são muitos. Tenho constatado que, de tempos a tempos, o tom dos posts vira pessimista, derrotista, triste, pesaroso, algo depressivo. A maioria fala-nos de amores desencontrados, perdidos, de pessoas abandonadas, solitárias e “ensolidadas”. Como se o mundo acabasse com as rupturas, com a perda de um afecto, com a falta de companhia e de companheiro. Como se cada um ficasse a ser apenas metade do que já foi, incompleto e marcado pela incapacidade de ultrapassar o dia-a-dia. Como se a vida pesasse e tivesse deixado de fazer qualquer sentido, ficando cada um sem rumo. Cada um não, porque quem partiu continua o seu percurso com espírito aliviado e alma renovada. Dá vontade de postar um comentário (Chuinga como te entendo finalmente...) ou de escrever ao autor apelando ao bom senso, dizendo:

“Atenção Amiga(o), o Mundo não acabou porque aquele em quem depositaste afeição, carinho e dedicação te abandonou. Esse foi um engano com o qual te cruzaste. Não mais do que um equívoco que foi de tal forma falacioso que nunca te mereceu. Tu não viste em tempo útil mas nunca é tarde para acordar. Pensa bem que, se alguém te deixou indevidamente e sem que o tivesses motivado a tal, então é porque também não te mereceu. Olha em todas as direcções porque, mais cedo ou mais tarde, talvez só daqui a uns tempos, vais reconhecê-lo(a) sem que tenhas de fazer qualquer esforço para isso. E pára de te lamentar da vida que, na verdade, foi tua amiga fazendo-te sofrer um pouco, mas antes agora do que depois. Levanta a cabeça, endireita as costas e pensa em tudo o que podes fazer para te sentires feliz, sem dependeres de alguém que não retribuiu a tua afeição.”

E, Brígida, após teres visitado as “casas netianas” dos teus amigos deste estranho mundo e de teres constatado que na maioria o tom da escrita de hoje era derrotista, não te esqueças que a mensagem que acabaste de escrever em momento de inspiração é também um “post-it” para ti mesma. Retira uma lição da tua própria reflexão.

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...