- Vês - dizia o meu Eu mais racional ao outro mais emocional - para que te angustias tanto? Por fim, as coisas começam a resolver-se. Era uma questão de tempo. Estão encaminhadas e a resolução desta fase está a seguir o seu caminho, com algum atraso, é verdade, mas já faltou mais para veres a vida organizar-se.
- É verdade - respondeu-lhe o meu Eu emocional - mas o que queres, sabes que sou mesmo assim, que sofro e me angustio, que desespero ao ver o tempo passar e a vida ficar. E que também quando as coisas correm bem, vibro, sinto, emociono-me, congratulo-me, seria difícil ficar mais feliz. Mas és capaz de ter razão, a que está no meio de nós os dois é quem mais sofre com as nossas contradições.
- E agora, deixa-te de tretas, concentra-te e deixa-me terminar o artigo sobre Turismo Rural em STP, senão não vai a tempo da publicação. E lembra-te que ainda tens de me ajudar a ler, a corrigir e a escolher as fotos a integrar no texto. Temos muito trabalho pela frente. Tu ficas para aí a sonhar alto e não me deixas avançar. Devias ajudar-me. Se queres sonhar só por veres a cor do mar, que hoje está azul e tranquilo, pelo menos cala-te para que eu possa terminar o texto - arrematou o meu Eu racional.