sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Amor ou doença?

Teoricamente, quando vimos uma amiga a sentir o desespero do abandono e da rejeição, devemos chamá-la à razão e dizer-lhe:
- "Esquece! Para ter tido esta atitude, ele não te merece. Segue a tua vida para a frente. Já viste como és gira, esperta, inteligente, conversadora, uma mulher interessante e que desperta as atenções masculinas. Porque ficas nesse sufoco? Gostas dele mas tens de ver que ele só te está a prejudicar com este chove não molha, quero-te, amo-te e desejo-te mas depois... passa-se e trata-te mal. Só não te bate porque a violência que ele utiliza nas palavras e a forma como te destrata é inqualificável. Tens de aprender a gostar de ti primeiro e só depois terás uma relação equilibrada, com alguém que te faça feliz, que te queira bem, que se preocupe contigo, que te ame de verdade."
Mas antes de conseguirmos dizer o que quer que seja, ao vê-la num desespero tal que nem mais vontade de viver demonstra, ficamos sem palavras. Impotentes, simplesmente porque nem mais acreditávamos que ainda houvesse amores assim. Aquela mulher, bonita de cara, corpo e alma, está num sofrimento indescritível porque tinha um sentimento, por aquele moço com alma de pássaro, grande, imenso, infinito. Não se vê sem ele porque criou uma dependência excessiva, acreditou piamente nas palavras, não pôs em causa 1 milésimo de segundo que fosse.
E agora eu dou comigo a pensar - mas afinal tinham razão quando me diziam que o amor se podia transformar numa doença, e eu não acreditava...

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...