quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

O meu cão

O meu cão tem um relógio na cabeça, na barriga ou no coração. Invariavelmente, todas as noites, à mesma hora, e sem ter os estímulos de que o Pavlov falava, fica impaciente e pede para ir à rua. O objectivo dele não é apenas a rua, já que 3 horas antes faz o seu passeio da tarde, e quando o levo, após o jantar, ele despacha-se em 10 minutos e corre para as escadas do meu prédio a uma velocidade inacreditável. O que o motiva a ser um chato e não me deixar fazer mais nada, sob pena de andar atrás de mim como uma sombra, é a perspectiva de ir para o conforto de uma cama acolchoada com um cobertor e ser aconchegado com um outro cobertor. Sim, já sei, o meu cão tem mordomias que muitas pessoas não têm. É verdade. Mas, para ser franca, considero que quem tem animais deve cuidar deles e este é um cão particularmente fiel e dedicado, por isso merece muitas e muitas atenções.

Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

Presenciando cenas pela manhã bem cedo recordo uma pessoa que conheci em São Tomé e Príncipe há uma eternidade e de quem perdi o rasto há ...