quinta-feira, 16 de setembro de 2004

Intervalo em STP

STP vai viver um período de 15 dias de intervalo em relação à crise político-governativa, em que o lazer e a aventura serão a tónica dominante - os ÉLEZECS, como o organizador gosta de lhes chamar (LZEC) estão a caminho e amanhã, bem cedinho lá aterrarão no aeroporto internacional de STP.
Ao amanhecer passarão pelo Príncipe e avistam o Ilhéu das Cabras de um lado e do outro a Baía de Ana Chaves.
Por lá, com certeza que os conflitos entre os chefes de Estado - ou os que já foram - serão temporariamente aleviados pelo colorido dos jipes, alguns novinhos em folha, as caras novas que chegam e que fazem sempre sensação, as actividades culturais, com ou sem ministros... com ou sem representantes do Estado..., mas com livros e latas de tinta para a recuperação da escola em Angolares, a entrega prometida à AMI e muito passeio pela ilha.

Antes recomendei, vezes sem conta, cuidados acrescidos... com a cobra preta, o mosquito, que por lá mata mais do que se pensa, e o famoso tubarão. Não fui levada a sério porque eles não me levam a sério e brincam quando eu faço esses comentários.
Hoje recomendei-lhes que observem muito as paisagens e a natureza, e de vez em quando em silêncio, porque é absolutamente inspiradora no estado de preservação e densidade em que ainda se encontra. Que vejam os pássaros, tentem ver macacos e lagaia, porque dizem que dá sorte, e, se conseguirem, tartarugas e golfinhos.
E que conversem muito com as pessoas - nas ruas, nas roças, nas terras de passagem, nas aldeias de pescadores e nas praias. Por todo o lado, conversem. Os santomenses adoram conversar, perguntar o que não sabem e contar experiências na primeira pessoa.
E que comam calulu, de pato ou de galinha, com angu de banana, concon, arroz de coco e polvo, búzio, choco, andala, voador, pudim de coco, safu, cozido ou grelhado... para regressarem, ananás, cajamanga, manga, se já houver, banana-maçã, abacate e... e... e...
E que bebam muita água de coco, absolutamente revigorante e refrescante, algum licor de jaca, magnífico, e sumos de frutas, porque em relação às bebidas importadas... não vale a pena lembrar.
E se puderem, que vão à praia micondó, antes de angolares, e à piscina, antes da Jalé e muito bonita, e que aproveitem o jacuzzi natural.
E que façam caminhadas a pé pelos trilhos florestais - pelo menos uma.
E que não se esqueçam de um pézinho de dança, o roça-roça ou o kizomba...
E... e... e...
Que façam Boa Viagem!!!


Manual de sobrevivência em meios socialmente hostis

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